segunda-feira, 30 de julho de 2012

"Em uma noite qualquer uma memória de Nova descia sob seus sonhos;
Uma mulher ruiva, no parque, com uma espécie de vestido verde escuro, aproximou-se de Nascar e entregou-lhe uma minúscula pérola.

__Guarde consigo pequenino. Guarde para não ter que escondê-la. Você me lembra de alguém importante.


E naturalmente, cruzou a próxima rua, pegando outros dedos também miúdos, e esvaindo."

Etliet Nowan - Chave para o céu, página 15.

domingo, 29 de julho de 2012

"Eu continuo preso dentro daquela bola de sonhos. Um sulco glacial uma vez me perguntou por que as estrelas brilham, e eu não soube responder. Desde então senti que não fosse mais ser engolido.
A consciência humana funciona da mesma maneira, é por isso que alguns preferem o silêncio às verdades".

Etliet Nowan - Chave para o céu, página 85.

sexta-feira, 27 de julho de 2012


"Era como um pingente sem dono. Na verdade ele estava perdido, como qualquer outro anjo ao cair de volta para o inferno."

Etliet Nowan - Chave para o céu, página 68.

quarta-feira, 25 de julho de 2012


"Chamou a atenção de Nova aquele cartão postal sem remetente:

"Vide aqui a menos esperada das situações, que de algo está por vir, encare como um presente dos deuses (ou como uma caixa de pandora). Apenas tenha em mente as consequências que podem acontecer com seu irmão por ele ter roubado o núcleo esquecido de Dystonya.
Assinado: O viajante."

É claro que ele não entenderia de súbito o que estaria acontecendo, nem mesmo Nascar deveria ter em mente o perigo em que havia se metido ao ter aceito aquele presente de um burguês desesperado."

Etliet Nowan - Chave para o céu, página 39.

terça-feira, 24 de julho de 2012



"Aos poucos ela apoderava-se, tomava posse daquela gema azul-cristal. Criou nervos e inseriu contra as paredes do abdômen, de súbito o brilho ofuscante era calado como um pássaro que poupava energias para o inverno. Nova permaneceu escondido entre o vão da porta e o açoalho, mesmo assim pôde sentir uma ressonância diferente vindo da varanda, quando as pontas dos cabelos, daquele garoto albino, enegreceram, levando junto o karma. Voltou dali como se nada tivesse ocorrido, mas Nova já sabia, essa era a verdadeira identidade daquele corpo que fingia ser seu irmão, aquele era Etliet."

Etliet Nowan - Chave para o céu, página 57.

quinta-feira, 19 de julho de 2012


"Isso pode me deixar louco, então tenha cuidado ao mexer em tanta coisa."  Etliet Nowan - Chave para o céu, página 62.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Vazio


É loucura, discernimento e exatidão.
Vazio limpo, distinto e evitável.
É uma sopa de paciência fervendo,
O vapor sobe, e palavras frias formam um furacão.

domingo, 15 de julho de 2012

Status quo


Todas reflexões escondidas em seu diário,
Você esqueceu de contar seu verdadeiro nome.
Tudo era longe e sem título,
Até que você começou a julgar as coisas.

A marreta bate, o julgamento chega.
Assopre aqui a vela em que foi feita uma prece,
Antes que seus sentimentos cicatrizem sobre a pele queimada.

O inverno chega junto ao incêndio.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Insisto


Ao menos o que deve ter de melhor.
Foi o que me disseram algum dia remoto.
Minha melhor qualidade, meu pior defeito.

quinta-feira, 12 de julho de 2012




Cravado em cor ainda está ali.
Desvanecendo, ou apenas “mirageando” olhos bobos.
Não convém, nem precipita àqueles que olham com desdém.
São mentiras equivocadas de nossos próprios lábios.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Acrisia


Portas esperam alguém de ambos lados,
Salientam o ante e o através.
Sorrisos se escondem enquanto floram.
Ninguém sabe o que realmente quer,
Enquanto continua buscando.

Corações são como balões:
Se voam alto demais, se perdem.

Lembrar é esquecer.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Escarnecer (Parte IV)


Consome e aluga minha alma
Como residência provisória para brotar a semente
Então abandona e ceifa a árvore pronta para dar o fruto.
Cultiva as folhas mortas até deteriorarem,
Junto os cabos de força arrancados e a sucata.

Então te pergunta quem é que habita tua casa,
O corvo que veio buscar teus restos nojentos.

Encontra-te podre à segunda porta da direita,
Jaz o homem alavancado por suas próprias descrenças,
Ainda sangrando lâminas e chorando demônios. 

domingo, 8 de julho de 2012

Doces engenhos não são tão doces assim


Te mantém calmo, mas suspira.
Não tem medo, mas chora.

E o que mais tu oferece a tuas pilastras,
Além de bases côncavas e duvidosas?

Os teus inventos, as tuas preces vagas,
Tuas horas ocupadas com ócio,
Tuas camuflagens, teu dimorfismo sentimental.

Quantas vezes desistiu de teu ego
Para salvar a essência de um sorriso?
Eu sei bem a resposta: Nenhuma.

quarta-feira, 4 de julho de 2012



Como falho, derramar-lhe-á. E supostamente, a palavra também.
Como acabado, o sufoco ao fim, tangentes.

terça-feira, 3 de julho de 2012



Se for o silêncio quem trouxer a verdade, eu serei mais que vidro, serei lâmina. E se eu o for, posso te forçar a entender porque as cores, quando se unem, formam a escuridão.

domingo, 1 de julho de 2012



Eu estive como cílios entorpecidos de lágrimas. Como transparência eu deixava a luz passar, as cores refletirem, e pintarem minhas dores por cima, mesmo que a tinta um dia pudesse desbotar, se elas pudessem ser absorvidas com o tempo, seria a cura que eu tanto procuro.