sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Inanimado

Como o plástico da borracha,
o petróleo encorporado da seringueira à tinta.
A tinta...

segunda-feira, 15 de outubro de 2012


Se tudo deixa de ser escrúpulos, engulam-te, e saciam-te emergidos à onipresença de teus empenhos pendentes. Ninguém generaliza, nem eu devo. Vossa literatura sã e fonética, há de devorar-lhes até o pé da letra, onde nada sobra além do encosto vazio da anedota de suas vidas trovadas por palhaços em vossos funerais. A poesia fenece quando tudo que existe é só estética, e não arte. Para qualquer crítico pacato (e não tão importante, mesmo que não seja o caso) a mesma regra é valida.

terça-feira, 9 de outubro de 2012


E ainda havia um pouco de luz, o mesmo pouco que fez nascer a flor, o suficiente.

domingo, 7 de outubro de 2012


"Encontra-se esquecido dentro de sua própria mente, a irmã de Carlos, cujo nome não me apresenta lembrança. Ainda tremia de medo por quase perder seu irmão gentil que cuidava dela, presente ou não. Ainda tremia de medo, porque seu estado era crítico, e estava convicta de que os médicos deveriam estar mentindo para não lhe causar algum trauma psicológico que já estava a perturbando desde o dado momento da surpresa. Então ela derrubou um copo de vinho, sem nunca ter bebido antes, observando atentamente ali seu coração de vidro despedaçado que refletia suas más lembranças. Ela não queria perder uma segunda vez o seu parente mais próximo, mesmo que fora uma escolha dela ir até o exterior já que havia ganhado uma bolsa integral, ela não devia ter se afastado de seu último recurso. Sem querer ela pisou em um dos cacos de vidro, e não pôde esquecer que doía pisotear-se, e não pôde esquecer que seu sangue nunca seria o mesmo do irmão."

O livro sem nome, página arrancada.