segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Segue as margens

Equilibra-te pequeno
Entre os paus bambos
Desse paliteiro que
Pega fogo

Todo fruto tem sua época
De colheita
E não adianta
Toda época há
Estiagem


domingo, 8 de fevereiro de 2015

Poema sem lugar

Algum remanescido chora
Implora pra Deus que sequer
Talvez exista

Alguém na rua trabalha
Levando as compras do mercado
Para preparar o jantar
Ou talvez para alguém
Preparar o jantar

Alguém se olha no espelho
E agradece todo "santo" dia
Grata pela vida que tem

Alguém chora todo "santo" dia
Debaixo de uma ponte
Ou debaixo de lugar nenhum
Nem chora mais porque
Simplesmente esfriou

Alguém nem dá valor ao que tem
Porque foi mimado a vida toda
E de tão acomodado até o último
Dente do ciso não acabou de vir aos 20

Mas todo alguém
Tem seus motivos
Ou você acha mesmo
Que alguém hoje em dia
Escreve por escrever?

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Escarnecer (parte VIII)

Caralho,
Se eu tinha alguém
Pra amar,
Ficou no meio do caminho.

Pra quem você escreve
Essas palavras de rancor
Senão à ti mesmo?

Ninguém nunca te amou
Nem nunca vai amar
Porque a poesia
É o que você tem de melhor

E se um dia,
Ah se um dia...
Vai ser por ela
E não por você.

Se eu tinha alguém
Pra amar,
Eu fui a pedra
Jogada de lado
Por não ter brilho

Fui a mentira da minha hipocrisia
Fui algo que eu nem sei
Se fui alguma coisa
Que valha a pena
Ter descrito aqui