domingo, 25 de junho de 2017

Jogos de azar


Nos acessos mais baixos
A lógica do ego escandaliza
E cada lance de escadas
É o âmago mais profundo

Grande merda, penso
O tempo dependendo do acaso
Enquanto o diabo distribui as cartas

Sorríamos mesmo assim
Assistidos de expectativas fuleiras
Dentro do blefe que nos convencemos

O cigarro que eu não fumava
Ali me fazia dependente

Meus olhos vidravam no vício
Da constante procura por um útero
Ao qual pudesse pedir por conforto

Não pagávamos de leigos
Mas não eramos nenhuma dupla formidável
E acabamos pondo em jogo
Todo o contexto

quarta-feira, 15 de março de 2017

Escarnecer (parte XII)


Mundo de lama
Corações cara a cara
Desviam os olhos
Está tudo bem?

Cada desvio parece
Uma nova bala
Ouço barulhos rastejando
Até as cordas vocais
Mas nem sei de quem são

Não posso implorar
Por algo que
Nunca foi

Silêncio

Ao menos era
Acreditava
Foram tantas
Foram tantas
As vezes

Nada disso escolhi

Abracei o vazio

E é o que mais hoje 
Temos em comum.

Photo by: @Nicolejadeee

sábado, 4 de março de 2017

Vaso azul

http://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/04-2008/YUGO%20MABE%20OBRAa.jpg


Aconselho a ti
Deixar a chuva
Em breve

Nunca se sabe
Sobre as tempestades

Elas acontecem
De dentro para fora
E nunca se preveem
Suas intensidades

Há algo de azul
Tingido de frio
E o espaço
Continua aberto

Mas o desânimo
Não vai condecorar
Sua razão

Photo by: Yugo Mabe