sábado, 31 de março de 2012

Superficial


Minhas lágrimas não são falsas
Quando queimam trevas em sacrifícios.
Todo o mal será recompensado em suas preces,
Então ore pelo futuro.

Encontre a perfeição nas gotas d’água,
Porque elas refletem seus sentimentos:
Salgados, doces, amargos.

Hoje não será de uso comum,
Mas o que está sobre o chão.
Grave na última linha
Para que não acabe.

sexta-feira, 30 de março de 2012

Contra-fluxo


Desejos queimam resignação,
Ignore minhas estranhezas,
É que eu fujo quando o mundo
Torna circunstâncias estranhas
Ao invés das cartas esperadas.

Hoje a noite caiu rápido
Entre meus dedos...

quinta-feira, 29 de março de 2012

Nuance



Pensamentos sublimam,
O título enoja a repetição que enjoa.
Assolo minha perspectiva e a solapo,
Nada de significativo renova a alma.

Monto e forço o quebra-cabeças ao avesso.

Entre os fios um papel alavancado,
Letras de mesma cor;
Brincando com o novelo de lã eu espero
Entender os nós que se deram de vermelho.
Disseram que eu não deveria...

quarta-feira, 28 de março de 2012

Polar




Na medida que a neve caia
Podia me mostrar a beleza
Que as coisas escondiam dentro delas.

Ninguém pôde perceber à primeira instância
O que pequenas ações carregavam em seus efeitos
Quando não passavam de possibilidades.

Engaioladas como um urso polar,
Pediam que voltassem à liberdade,
Mesmo que significasse uma seleção natural
E uma disputa interna sem vencedores.

Se debateram como tais,
E escaparam como tais.
Uma nova realidade as esperava.

Escaparam do passado,
Se debateram no futuro,
Mas não se perderam,
Como o urso polar.

segunda-feira, 26 de março de 2012

(De)cadente


A gestão das letras vieram obscurecendo
A probabilidade das mesmas saírem
De dentro do dicionário e fizessem de tudo
Uma nova realidade a ser contemplada.

Esse seria o sonho do garoto triste
Que não conseguiu conservar as estrelas
Num pote de picles, pois invés do céu,
Quis colocar vinagre, o que amoleceu as mesmas
E num processo degenerativo tirou o brilho de neon
Que estas refletiam em suas partículas de cristais.

Coitado daquele ignorante,
Dizia saber tudo,
Menos cuidar daquilo que era dele, e dele mesmo.

domingo, 25 de março de 2012

Modular


Minha consequência era apenas outra coisa
A ser medida por um compasso de duas pontas
Que só pode prender entre uma volta
O sufoco e a simplicidade da causa.

A flor quando desabrocha deixa
De crescer e se inclina para a morte,
Pois o que marca o tempo de vida
De qualquer ser são as mudanças.

sábado, 24 de março de 2012


Se o vazio existe em algum lugar, não é dentro de espaços, já que alguma coisa há de estar para existir.

sexta-feira, 23 de março de 2012

Lua de papel


Sobre um pedaço de papel
Está meus pés que brincam
De amarelinha com as decisões cinzas,
Estes poderiam queimar como as vagas
Reminiscências que se apagaram com a última chuva.

A corda que me levava para a outra dimensão foi cortada,
Você não deseja que eu te visite essa noite?
A lua parece tão doce quando me diz pra te ligar...

quinta-feira, 22 de março de 2012

A troca


Hoje sou um pedaço de vento
Levado por ideias sóbrias
Do meu próprio restar.

Espraio como a flor que soprada
É levada ao destino por ele mesmo.

Flutuo no mar da consciência,
Denso, o suficiente para não afundar,
Pesado, o suficiente para não sair voando.

terça-feira, 20 de março de 2012

Des(encadear)


Quanto mais colorida,
É sinal de que quer ser vista,
Quanto mais triste,
É sinal de que quer durar a eternidade.

Simples pétalas sempre são as mais belas,
Porque a natureza faz delas compensar
A falta da cor pela fragrância nelas contidas

Mais importa a fragrância interna ou expelida,
Pois a beleza é inconstante por dentro e por fora.
Mais importa a essência do que a anatomia oculta,
Porque segredos não residem no coração ou veias,
Mas nas palavras.



O branco pode ser o mais egoísta por não aceitar absorver nenhuma das cores, mas isso não o faz sozinho, muito menos uma cor triste, mesmo que ele não absorva, ele é uma das únicas duas cores que se misturada com outra conserva a essência de ambas, ou seja, ao mesmo tempo, não o é. Quem foi o tolo que lhe disse que o branco representa solidão?

domingo, 18 de março de 2012

Desfiguração


As palavras tendem
À se limitarem em controvérsias.
O pior lado as vezes bate;
Necessário.

Mas, calaria sua boca com beijos
Quantas vezes fosse preciso
Para acalmar sua razão,
A mesma que me ensinou o otimismo.

sábado, 17 de março de 2012

Tudo virou verdade em pré-determinismo.
Me entregue seus axiomas e sua música,
Iremos reorganizar as notas da melodia..

sexta-feira, 16 de março de 2012

O imprevisto


Uma prévia de sua respiração no meu ouvido
Chamou-me inocente por poucos segundos,
Declarando a marreta do julgamento
E a adiação breve do caso.

Não podes tu fugir daquilo que és,
Assim como não podes ser aquilo que não és.
Não importa com quanto descaso trate;
Todos os seus medos que brilham luz
Continuarão se disfarçando entre sorrisos e lembranças.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Ovelha negra


Minha varanda é um rodapé
De páginas quebradas e folhas de rosto.
Porque nela meus pés molhados
Secam o vento que me leva na areia
Depositada com o tempo nas ruas.

Trejeitos sofisticados
Levavam ao esmaecer de pérolas
Que se desgastavam com almas gananciosas.

Eu era só o inverso,
O problema da resolução,
A ovelha negra.

quarta-feira, 14 de março de 2012

Da forma que deveria estar


Por um momento eu estive em silêncio
Preso entre os escombros do nosso mundo
Esperando que algum feixe de luz
Viesse iluminar as partes escuras

Eu me acomodei na regressão
De que tudo se desfazia aos poucos
De que estávamos entre as últimas linhas.

Fora eu tocar seus lábios com força,
Todas as nossas dúvidas
Faziam parte de um pesadelo.

Eu agarrei aquela pequena claridade,
Sem perceber, as dúvidas viraram certezas,
Não havia ruínas.

Quando pisquei pra realidade
Foi quando pude ver:
Você sempre foi a luz,
Só fechou meus olhos pra me proteger.

domingo, 11 de março de 2012

101010


Minhas mãos estão vazias,
Mas eu me preocuparia se estivessem cheias,
Poderiam ser de preocupação.

E um pressentimento,
De que essas linhas já foram escritas
Tocou meus lábios pedindo para mudá-las.

O que está quente
E o que está frio
Você segura
...
Já foi clichê suficiente,
Chega de melosidade por hoje.


Estive pensando,
Quando aquela pequena caixinha de luz estourou,
Então me dei conta da finitude de Espinosa
Ao me lembrar do Visconde do sítio do pica-pau amarelo;
Ele deve estar se revirando no caixão nesse momento (?)

Mas também não quero muitos pensamentos desnecessários,
Me deixe sozinho hoje, pensando em como te dizer "te amo"
Em binário.

PS: é impossível.
Escreverei de uma forma que você possa entender (ou não).

sexta-feira, 9 de março de 2012

Mas também

Desapareceu no tempo
Como a última jogada de xadrez.
Não sou o título desse suicídio.

Minha escolha foi clara:
Dar cores àquilo que estava se perdendo.

Se eu escolho o esquecimento,
Não se engane;
Eu não estaria totalmente errado se dissesse:
Foi por “ela” e não por você.

Até então eu achava que você era meu melhor amigo, mas você errou feio em tentar comparar o que é seu com o que não é. Sentimentos não se comparam (ao menos não com os dos outros), não importa de que tipo sejam. Você também tem agido estranho, voltarei ao início, acho que minha confiança em você se quebrou.

terça-feira, 6 de março de 2012

Algo é puro em algum lugar.

domingo, 4 de março de 2012

Se eu.
Sem “ses”.
Se...
Pudesse pensar de alguma forma.

Sem mais.
Sem pensamentos.
Sem?

Não.. com..
Você.
Com você.

sábado, 3 de março de 2012

Em aberto (o céu)

Deixe os flocos revestirem luz
E brilharem ainda mais que o
Brilho do horizonte pulsando.
Olhos e mãos podem se encontrar
Reescrevendo fatalidades e
Axiomas impróprios.

Respire a saudade que
Os ônibus deixam
Debaixo de braços apaixonados.
Resguarde o impossível que
Incide as vezes o tempo
Grandifloro e irrompível.
Um arco íris se forma
Entrelaçando à noite
Suspiros e estrelas.

Reviva
Os momentos.
Continuando
Hoje, e também
Amanhã.