domingo, 28 de fevereiro de 2010

Pálido


Um castelo de gelo onde posso ver minhas memórias vazias
Continua nevando enquanto o frio intenso vai gelando o coração que não sabe se quer bater
Sim, este coração sempre foi translúcido. Por mais que eu quisesse que alguém enxergasse o que tem dentro, ninguém nunca conseguiu ver...
As paredes treleiam, mas eu sinto o escárnio sobre mim...
Perdi a crença de meus sonhos..
Seguir à esmo sem minhas asas não delibera esse silêncio.

Alvorada


Pulando em notas de som, seguindo o caminho de onde vêm a musica.
Mais uma ilusão de que as ruas estão preenchidas pelas folhas de um Outono
Mais uma ilusão de que a música está me levando para a trilha correta
Indecisamente, há destroços em todos os cantos..
Sendo reconstruídos gradativamente...
Esse é meu coração, esse é meu mundo, essa é minha alma, e eu só estou passando aqui para ver como está a situação..
Nada mal, tudo péssimo. Mas é tão hilário ver que o estrago pôde ser tão grande, e ao mesmo tempo tão pouco.

Perceba-se simples espelho, você não pode copiar aquilo que não é seu...
Perceba que o seu coração simples não pode destruir aquilo que não criou.
A imagem que você tem de mim não passa um péssimo holograma.
E que significados mútuos mudam a cada instante essas palavras apagadas.. E eu achei que elas não fizessem mais parte de mim... Eu quase tinha certeza, que havia desaprendido o significado de todas elas.. "Felicidade, Confiança, Esperança, Promessas, Amor"...
Então porque essa musica faz-me sentir como se todas essas palavras estivessem circulando a minha alma ao mesmo tempo?
Todos os buracos parecem estar sendo preenchidos enquanto eu escuto essa melodia, e eu seguro a lágrima que quer sair por poder sentir de novo o que é estar vivo.

"Quanto mais eu espero, menos vou ter que esperar".
Porém eu vou correr, correr em busca desse brilho abstrato..

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Páginas em branco


Está na hora de apagar o livro chamado vida.
Um livro não pode ser cheio de rabiscos eufóricos e erros.
Estou cansado... De ver as palavras quebradas escorrerem como pingos de chuva...
Isso é um vazio, que não deveria existir.
No final de contas acabamos descobrindo que pessoas..
Nunca entenderam o sofrimento alheio, caso contrário, não fariam doer mais... Justo quando parece que você está feliz...

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Fardo


Uma pequena determinação destruída, e quem sabe, a última esperança.
E é a mesma sensação gradativa
A cada morte, eu sinto menos.
E foi como uma vez haviam dito, agora finalmente entendo: "Morrer, não dói.."
O que dói, é estar morrendo...

E o passado agora foi perdido.
De todas as decepções à penúltima lágrima, esvaziada para um ralo de indiferenças
Deixe o sangue dos assassinados escorrer entre as mãos.
Não há nada que se possa fazer àqueles esfaqueados por suas próprias verdades.
Não tente animá-los ou deixa-los novamente com vida.
O que já foi, já foi.

Meu corpo não está pesado..
Pois agora perdi minha alma...

E até que ela seja reconstruída,
Serão apenas desejos carnais
E o esquecimento do significado de "eu te amo"

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Nightmare


As vezes sabemos que estamos sozinhos.. as vezes achamos que estamos sozinhos..
Qual será a resposta por trás desse pesadelo sem fim?
Mais um pesadelo que apesar de durar pouco.. Dentro de mim parece mais uma eternidade...

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Árido


Diga-me o que tanto pensa, o que tanto olha, o que tanto faz você se perder?

O porque de tanto ódio, o porque dessa crueldade, o porque dessa falta de calor no coração?
E o porque do mesmo no meu? Será que fui envenenado, ou apenas caí em outra armadilha?

Uma resposta, duas respostas.. Era tudo o que eu precisava para seguir em frente à essa imensidão de dúvidas.
Uma atenção, um "sentir".. Era disso que eu precisava para manter um sorriso sincero.

E agora, o que faço aqui com esses sentimentos confusos?

Espero a garganta secar para eu não dizer: te amo
Espero a angústia chegar me obrigando a abraçar meus próprios braços.
Espero a insanidade acordar para perturbar o meu equilíbrio.
Espero a sua presença tão fraca que mal posso sentir.
Espero você me ignorar e continuar sem dizer as palavras que eu tanto queria ouvir..

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Kuroi - Preto


A dor de um veneno que dilacera as veias do corpo,
Dilata os olhos e nos deixa tonto
A dor de um veneno que nos traz silêncio,
Ao mesmo tempo música, e um momento.

Um momento de amargura, pra afogar nossas dores
Uma singela voz que apura, o doce sentimento
E afundar, e emergir, e prosseguir
Até o fim de um poço,
Onde a salinidade da água queima nossas peles.

E apesar de gelada e cristalina,
E de termos esquecido que o gelo queima,
Nossos corações continuam se congelando.
Estamos rachando em partes, e sendo fundidos como ferro pelo fogo..

Esse veneno é como um quebra-gelo
Esse veneno corrói tudo, até mesmo a nós
Esse veneno me faz te desejar cada vez mais..
Esse veneno.. chamado amor..