quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Adeus


Que tipo de ideias florescem em um cemitério de sonhos?
Ideais compartilham seus piores medos.
Ei! O taxi está chegando, então
Você já vai?
O ônibus que não chegará a dias estou sentado esperando
Talvez por anos eu tenho perdido a noção de tempo.
Há contas que indicam-me um resultado sem significado.
Continua o fim do começo racional ilógico.

Seis frases descartadas me significam algo?
Numerologia retrógrada trás o passado.
Destinos diferentes. A separação física está por vir.
Impressões, impressões...

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Dispor e seus 27 significados.


Ponha-me pra dentro e em seguida expulse.
Não é isso que você faz com os outros?
Continue me arrastando com seus outros
Sorrisos apáticos e artificiais, os repulse.

Eu arrancaria seus lábios e pintaria
Minhas paredes com seu sangue.
Eu ficaria satisfeito? Relembraria:
Desfigurar alguém não apaga a imagem da memória.

Presença ou exclusão, não sei a diferença.
Continue achando que eu ainda danço em suas mãos.
Dessa vez você segura as estrelas, e elas caem como meteoros...

Sublime


Não havia magia na terra do nunca
Nem eu seus sonhos de cristal.
Introduzido num mundo normal
Propício à ordem numérica.

Sabe tanto quanto o nome que não tem.
Algumas montanhas cinzas eram
Seu mundo de alto relevo
Que sonhava a grande noite polar.

Eu era apenas mais um fragmento
Distante de uma ideia e outro sonho qualquer,
Que queria ter um significado.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Sólido, líquido, gasoso


Meu sorriso perdido está caminhando por aí.
Não se preocupe, ele voltará são e salvo
Da corrupção de Adão e Eva.

Eu sou a maçã que mordeste
Como também sou os dentes.
Sinta a pureza na corrente sanguínea,
A única que te dará liberdade.

Supere os estados físicos da matéria.
Congelar para depois aquecer.
Sinta o fogo sem derreter.
Sinta o fogo sem queimar...

domingo, 28 de agosto de 2011

Morte sintética


Sem querer, verdades começaram
A descamar como se fossem cobras.
Eu não diria que elas desapareceram,
Encontram-se renovadas em meu ser.

A traição havia o deixado daquele jeito:
Superficial consigo mesmo.
Obrigado pelas suas asas,
Eu posso voar mais uma vez.

Eu não. Não quero. Cair.
Minha morte sintética para renovação.
Eu vou. Aos céus. Você.
Cair, não.

sábado, 27 de agosto de 2011

Intocável


Quanto mais ele escrevia
Mais se afastava de si mesmo.
Como estaria a se salvar?

As palavras estavam se esvaziando
Levando junto toda sua criatividade.
O ralo do chuveiro estava aberto.

Os campos de neve ainda irão derreter.
A essência que sobrou carrega seu corpo
Para casa.

Palhaço


É isso que eu sou?
Está na minha testa?
É isso que eu sou?
O que você lê nos meus olhos?
É isso que te chamou atenção?
É isso que eu sou?

Anil


Ele parecia repousar como uma borboleta cansada
Perdendo o pouco tempo de vida que lhe restava.
Ele tinha lindas asas e um lindo brilho anil.

Perdido no caminho enquanto voava
Desnorteado por uma...
Ele tinha lindas asas e um lindo brilho
Sugados por uma mariposa vermelha.

Continuação


Agora não parece ser mais suficiente
Aperte o botão continuar.
Ele parece estar quebrado.
O disco parou na melhor música.

Estou cantando o refrão que não prossegue.
E continuando a parte dois que não existe.
Perdi a razão, perdi a razão...

Imediato


Rasgue a língua expelindo
As palavras que travaram.
Ninguém inferior a seu valor
Tem a moral para impedir.

Não existe certo ou errado,
É tudo muito relativo.
Você tem a voz da razão.

Sim, você foi enganado,
Desculpe-me por não avisar.
Ainda não sei o que eu aprendi.
Nem mesmo eu sabia.

Incômodo


Mais uma tentativa de limpar suas marcas deixadas.
O gosto do seu beijo já se foi afinal, seu beijo nunca existiu
Ao passo de que ele existia debaixo da minha língua.

Eu engoli o gosto de não ter tido
Os afetos que eu mais desejei.
O gosto das suas ações continuam
Amargando a minha língua.

Quantas vezes eu vou ter que lavar minha mente?
Quantas vou ter que vomitar meu coração?

Sensoriamento remoto


Compactando o mundo em um pendrive
Transformamos os problemas em partículas
Que não se plugam em nosso cérebro.

Mais fácil de conviver e aceitar
A poeira debaixo do tapete;
Mostrando a foto de sua casa
Do que convidando alguém para entrar nela.

Retrógrado


Com o indicador ative
Meus corpúsculos de Meissner
E com os restantes dos dedos
Me faça suspirar adrenalina.

Se for sussurrar não sussurre palavras gélidas
Me aqueça com o ritmo de sua respiração
Mantenha-se perto o suficiente para que eu escute.

Serão essas as palavras
Que silenciosamente um dia
Eu sussurrarei assim que soltar minha mão:
Volte, volte...

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Animosidade


Se debruça sobre a mesa.
Se debruça sobre seus braços.
Está cansado de muitas coisas.

Ele se joga no limbo como
Alguém que desiste da vida
E resolve saltar de um penhasco.

Mas invés de chegar o chão
Para acabar com o sofrimento,
Ele continua caindo...
Está cansado de muitas coisas.

Esboço


E quem disse que o que eu quero
Agora é fugir de mim mesmo?
Se eu descobrisse tal maneira
Exterminá-la-ia do mundo das possibilidades.

O mundo de trás do espelho é o meu,
E que assim fique longe.
Ao mesmo tempo em que aqui estou,
Também estou preso do outro lado

Do que você está falando?
Quebrarei o espelho.
Mudarei o meu mundo.
Se eu desaparecer.
Alguém irá me construir.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Vapor


Por convecção seus pensamentos
Preencheram-me dos pés a cabeça.
Ainda não adentrou o inconsciente,
Ainda não sei nessas gotículas de água
Com que angulo de incidência ilumina-se
Para que suas cores invadam meus sonhos.

De um lado da parábola de
Coeficiente angular positivo estou;
Do outro lado dela, você.
Descemos até o ponto de encontro:
Uma raiz dupla.
Não precisamos percorrer a outra metade do caminho,
Sejamos mutualismo imprescindível.
Paremos no eixo x, paremos o tempo.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Estratificar


O mundo conspira contra nós
Ornamentando nossa paciência
Com uma penca de apetrechos
Contemplativos que mais pesam
Do que validam seus significados.

Esquecemos que a distancia é o dobro;
A única coisa que vai e volta
É o eco dos meus pensamentos,
Que não me transmitem uma resposta.

Lembremos: uma boneca pode ser linda,
Mas oca por dentro.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Informação


Um garoto parecia estar perdido pela rua. Estava abordando as pessoas que por lá passavam sem muito êxito. Abordara a próxima interrompendo o que ela fazia.
__Senhor, um minuto de atenção.
__Pois não. Respondeu com educação.
__É que eu ando querendo uma informação.
__Bem porém, por aí!
__Como? Intrigado com a resposta para sua pergunta.
__Diga meu jovem, e vejamos o que posso fazer a respeito.
Então ele concluiu sua pergunta:
__Queria saber como faço para voltar para casa.
__Pois é, eu também. Escondia alguma coisa
__O que quer dizer?
__Vire a direita e cruze essa ponte.
__Tem certeza? Duvidando da informação.
__Eu por acaso mencionei para você se jogar dela?
__Não Senhor.
__Pois bem, apenas cruze.
__Não contei onde moro, como pode ter certeza?
O Senhor retrucou:
__Não contei o meu nome, como pode confiar em minha informação?
E o garoto disse:
__Da mesma forma que o Senhor não pediu o meu?! Se eu não confiar posso acabar não voltando.
__Corra, já são três horas! Disse o Senhor.
O garoto ficava entre um clima meio assustado e meio impressionado.
__Como sabe que estou com pressa? Retrucara novamente
__Eu tenho seus ouvidos e você tem meus olhos. Ainda não está claro?
__Não.
O Senhor colocava a mão na própria face abaixando a cabeça numa expressão desinteressante
__Nunca imaginei que eu pudesse ser tão atrasado... Em ambos sentidos.
__Como?
__Já disse que não é nada.
__De qualquer forma, obrigado! Saia correndo para atravessar a ponte.
Nunca imaginei que eu poderia ser tão.. Por isso eu ainda estou atravessando essa ponte.
 

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Homúnculus


Ingredientes:
1/2 quilo de lágrimas
1 colher de sopa de ódio
1 colher de chá de esperança
1 cálice de egoísmo
2 colheres de sopa de sorrisos
1 pitada de felicidade
Sal, açúcar e pimenta a gosto.

Preparo:
Bata todos os ingredientes salpicando os condimentos aos poucos. Engula tudo de uma vez só e não vomite. Parabéns, acaba de tornar-se humano.

domingo, 21 de agosto de 2011

Contrato


Proferindo-se como cavaleiro errante
Desembainhou o orgulho como espada.
Não era nada além de um príncipe
Seguidor do diacronismo medieval.

Não usava diadema na cabeça,
Mas tinha a cabeça usada facilmente por uma.
Era preciso mais que armaduras,
Necessitava de estratégias.

Estranho foi preferir a caneta invés da pena
Para redesenhar o labirinto em que se encontrava
-A pressa impediria a tinta de secar.
 
Então sua boca emudeceu
E a tinta não secou na folha.
O labirinto ficou encharcado.
Seu desejo de querer escapar logo
Simplesmente o afogou.

Último


O último brilho da estrela desaparece
Este lugar mergulhar-se-á na escuridão.
A pausa ininterrupta do coração

Apague as luzes, é hora de dormir.
Não há nenhum tesouro debaixo do travesseiro.
Atrás da lareira está a chave para seus sonhos
Irás botar tuas mãos ao fogo?

sábado, 20 de agosto de 2011

Ocasião


Eu estive contando os dias
Desde aquele dia que deveria
Ter se tornado um dia especial
Até hoje, há coisas que eu pretendia.
Os dias estiveram me contando
O fim de minhas fantasias
Quando menos se espera, vem o chegar.
Eu fui contado pelos dias
E continuei os contando
Até perceber:
Não havia nada para contar.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Inanimado


Uma meia veste a mão.
Fale com ela sobre mim,
Critique o quanto desejar.
Galhos secos da primavera.

Isso não significa que
Eu nunca dei ouvidos.
Eu nunca dei ouvidos
À uma meia que veste a mão.

O corte superficial sobre minha consciência
Pôs-me a deitar sobre os contos fantasiosos.
O que alguém que fecha os olhos enxerga?

Eu era apenas os reagentes.
Eu era apenas os produtos.
Eu era apenas a reação.
A constante, a metafísica.

Anárquico


É engraçado esse sentimento consumptivo que cresce.
Quero me emancipar à medida
Que queria que isso tomasse conta de mim.
Posso mesmo fugir de mim mesmo?
Onde está Freud para me convencer?

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Antissátira

Uma imagem vale mais que mil palavras... (?)

Neblina


Ser é, não ser não é.
Mas quem pode afirmar que o ser humano não pode deixar de ser?

Você pode fugir de si mesmo,
Basta confiar de olhos abertos.
Abra suas mãos e deixe o tempo cair.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Artilharia


Eu me preparo para a guerra com palavras
Que abandonam o nacionalismo e resgatam
Valores internos perdidos na escuridão.

As frases se formam e pouco a pouco
Todos caem um a um como boliche.
Sempre há, sempre há os que levantam e insistem.

Eu peço para fechar os olhos por instantes
E perguntar o que se passa em sua cabeça
Nesse jogo de autosacrifício.

Você não quer o nada, o nada o quer.
Você se afunda sem sentido, você morre
Quando na realidade você já morreu.

Porque não aceita o que se passa na cabeça
Quando na realidade já morreu?

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Solitude


"Se você se sente só, é porque ergueu muros em vez de pontes" - Shakespeare

Mas sabe Shakespeare?! É melhor erguer muros do que pontes quebradiças...
A distância além de longa, é perigosa, e você não sabe se quando acabar de atravessar, alguém estará do outro lado te esperando... Afinal, ninguém irá até a metade do caminho por você.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Reforma


Há uma fila de ocupações e espaços
Enfileirados em curvas de frequência.
As palavras podiam parar de ser
como ondas mecânicas que
Quando batem numa superfície,
Retornam.

Você tem o prisma roubado do meu mundo.
Procuro criar as cores artificiais.
As palavras poderiam se dissipar.

domingo, 14 de agosto de 2011

Quebradiço


O universo de Sartre está aqui.
Os outros impedem que sejamos
Felizes e deixam as verdades
Lutarem entre si até se desgastarem.

Não preciso dessas verdades.
Sua consciência. Sua certeza.
Estou quebrado.

Não encoste em meu mundo
Ele só irá te queimar.

Provérbio


Ele vai reconstruir tudo do zero como se não existisse mais nenhuma pessoa verdadeira. Ele achava que o ano passado havia sido o pior ano de toda sua vida. Ele não tem mais motivos para continuar mantendo uma personalidade própria. Ele não encobre seus problemas como justificação dos atos. Ele vai reconstruir tudo sozinho para que parem de levar sua alma junto. Ele não possui nenhum tipo de orgulho. Ele não vai lembrar um dia que foi ele quem escreveu essas palavras. Ele está se esquecendo...

sábado, 13 de agosto de 2011

Recingir


Isso passou a se tornar uma assombração.
Fora da realidade mas na mente em inserção.
Tem dias que eu preciso de um psicólogo.
E tem dias que eu preciso de um psiquiatra...

Incisão


Sendo consumido por algo que não entendo o que é.
Em processo de regressão:
Náusea e insanidade me envolvem.
Minha língua se afia,
As verdades sobre os outros me cegam
E o silêncio se torna barulhento...

Assisto às chamas queimarem minha respiração,
Minha inocência sendo levada
Enquanto é triturada por mãos que não são minhas.

A felicidade já foi um ingrediente,
Agora se tornou uma receita
De coisas que não existem num supermercado.

Temperança


Preso em algum lugar.
Longe de meu mundo.
É isso que chamam de realidade?
Leve-me de volta para lá.

Há espelhos por todas as partes
E nenhum reflexo de uma pessoa verdadeira.
Leve-me de volta para lá.

Ridículo


Isso tudo foi ridículo.
Extremamente desnecessário.
Trouxe-me menosprezo.
Ridículo.
Trouxe-me nojo.
Ridículo.
Perdi a vontade de fazer qualquer outra coisa.
Ridículo.
Não finja ser cega e surda.
Ridículo...

Clicante


Um coração, um coração, um batimento.
Sua verdade não me comove, nem convence.
Sombra da sombra do que diz ser.

Não há moral o suficiente,
Que me julgue, advinda de você.
Conhece o desprezo?
Conheces o desprezo?

Não me rebaixo às mentiras.
Isso consome aos poucos.
Cansado de perder meu tempo.
Poderia me libertar como
O próprio ser humano em sua ignorância.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Adiável


Hipocrisia adiáfana
Entre as dobras dos dedos
E da língua.

Incomoda-me drama teatral adiamantado,
Quando sabe-se que por dentro do externo
Não há nada além de latão que não reluz.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

O avesso das verdades


Estamos quebrados, todos estão
Com engrenagens enferrujadas
E poços lamacentos.

O desespero é o desejo
De olhar a mesma hora duas vezes
Com o intuito de ver os minutos voltarem.

Explicam o amor por feromônios
Compatíveis entre duas pessoas.
Se isso é mesmo verdade,
Porque é que há sempre o que ama
E aquele que não?

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Lacunoso


Em título, criação anormal refreia
O aposto anteposto da forma negativa
De um mundo perplexo de pureza e destruição.

Perdido nos fonemas esquizofrênicos,
Alucinação toma conta do coração.

Desista de tentar esquecer o passado
Deixe as coisas irem como a gravidade.
Não adianta quanto peso coloquemos,
Elas irão cair com a mesma velocidade.

Caixa de detenção


Planifico o meu mundo:
Não o deixo esférico.
Será meu tapete de passar,
Minha pausa para respirar,
Constante inelástica perfeita que posso pisar.

Poderá ser meu cobertor.
Que me protegerá do frio
E me abrigará das forças
Exógenas que querem adentrar.

Não vou errar na codificação:
A língua que só eu mesmo
Possa compreender, e assim
Ninguém vai me modificar.

Apoptose do que me ensinaram.
Planifico o meu mundo
Para que ele não dê voltas
Sobre mim...

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Distinguir


Se eu quiser posso ser
Primeira, segunda, terceira pessoa;
Não preciso de roteiro.

As pessoas brincam de atuar,
Eu brinco de assistir a peça,
E bater palmas.

Eu brinco de ser,
Eu não brinco de fingir,
E sou tudo aquilo que sou.

domingo, 7 de agosto de 2011

Volátil


Tantas significâncias e insignificâncias.
Se eu pudesse pedir por alguma coisa...
Não seque o seu corpo vazio.

Matéria prima, essência,
Seja lá qual seu nome,
Faz de infinitivo, presente; ser.

Orgulho e egoísmo
Sempre de mãos dadas.
Se eu pudesse pedir por alguma coisa...
Eu pediria duas.

Você que muda de nome a cada dia
Nos dai hoje, perdoai as nossas ofensas
Assim como nós perdoamos a quem
Nos tem ofendido,
E não os deixeis caírem em tentação.

Chuva e cegueira,
Internem-me.
Você que muda de nome a cada dia,
Eu pediria duas cervejas
Se você estivesse aqui.
Eu pediria....

Corrigir


A borracha apaga justamente
Os erros pertinentes da memória.
Notáveis, ao menos indicam;
Estamos no caminho correto.

Pelo menos é o que nos disseram
Para que continuássemos seguindo
A estrada erronia e indecisa
Sem medo dela ser um labirinto.

Preso no final de um ciclo.
Sempre o mesmo final,
E eu estou passando...
Quantas voltas eu já dei?
Sem parar de girar...

sábado, 6 de agosto de 2011

Abstinência


Não tenho para onde viajar.
Quero me perder no limbo,
Caindo infinitamente de olhos vendados,
Não vendo todas as verdades.

Eu absorvo tempo e espaço
Tocando-os com ambas as mãos.
Em lassidão eu me acostumo ao vazio.

Eu indigito os reféns do conhecimento
Que se perderam na devoção dos desejos.
O reflexo do espelho me indigita.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Asfixia


Enroscando e perdurando,
Chega por trás com suas presas
De veneno e etileno.

Amadurecer com a dor.
Como se eu quisesse crescer, não.
Fantasmas não são diferentes de você.

Eu não aguento mais ser um metal de sacrifício.
Estresse oxidante impaciente.
Rancor latente, estridor.
Sua existência é barulheira.
Desapareça da minha mente
E eu me darei por contente
Ou odiarei mais.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Repúdio


Desincentivo e descontentamento no ar.
Ignorância àqueles que a pedem.
Silêncio, não preciso de repúdio.

Poder e riqueza não é o que busco,
Me ofereça seus conselhos
Sem arrancar a felicidade de dentro do meu estomago.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Evitar


Áspera troca de olhares.
Receio de nylon.
Ombros de mármore.
Coração de vidro.
"Desambiufisez" de couro.
Angústia de ouro.
Sorriso de prata.
Preocupação de ferro.
Inquietação de diamante.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Ostentar


A palma da mão e tantas linhas
Que me confundem cada vez que as olho.
Há sempre algo diferente eu sei,
Pequenas coisas mudam a cada dia.

Escondo-me no meio dos meus braços.
Eu não estou.  
Tóc tóc.
Eu não estou aqui.

Preso na minha liberdade de pensamento,
Falhas e quebras como erros.
Silêncio ou alvoroço.
Em síntese: não escutar.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Híbrido


Eu poderia esconder o meu mundo atrás das grades.
Mas isso não seria o suficiente para que ele
Continuasse sendo mantido em segredo.

É algo que nem você sabe e talvez no momento
Nem eu saiba agora que escolhi apagar
Algo que nem mesmo eu sei mais.

Foi diferente dessa vez,
Você me deu escolhas e eu criei a minha;
Estarei reconstruindo tudo do zero.
Mesmo que meu mundo estiver errado,
Que seja a pessoa certa que o vá desmontar,
Ou que me ajudará a construir.