quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Prescrição


Inconveniente
Leva e trás sem permissão
Recitado e receitado
Inimigo da imaginação

Medida de distância
Curto ou comprido
Passa abraçado
Ou armando furacão

Egocêntrico
Ninguém controla
Mas é moeda de troca

Seus sinais são contínuos
Suas sinas, programadas
Seu nome irremediável

Irreversível tempo

Photo by Frostwindz

sábado, 20 de dezembro de 2014

Analemma

A beleza do infinito está dentro
De outra pessoa que não você,
Hoje.

Não tenha pressa,
As mudanças mentais
São mais lentas que as físicas.

domingo, 14 de dezembro de 2014

Escarnecer (parte VII)

Dilúvio,
Tu me afundas
Pintando-me de preto
Como uma onça
Num território de onças
Olhando a mesma caça.

Horrível
Não tanto quanto
Um arpão no peito
E um embrulho no estômago
Juntos.

É pior que qualquer coisa
Qualquer mentira
É pior que qualquer doença
Sem cura.

Resolvi não dar nome.
Nome sequer suportaria
Tamanho descontrole emocional.

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Esperança para o agora


Faz um tempo nublado
Aqui as aves passam
E me lembram que uma hora
Também precisarei voar

O canto que cada uma
Trouxe ao meu ouvido
Gritava minha vontade
De me libertar

Essa liberdade perecia
Nesses teus olhos
Que choravam
Por um outro alguém

De alguma forma
Eu nadava a favor das tuas lágrimas
De alguma forma
Eu nadava contra também

E o canto que cada uma
Trouxe ao meu ouvido
Tirava-me a vontade de ficar

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Superego

Eu to com a língua submersa em pontos cruzados
Uma ânsia de vomitar a combustão e o degelo
Todo dia tem sido essa dor de cabeça depois das 21
Eu penso no teu nome
Cada parte dele
Cada frase dita
Deturpo
Esqueço
Mereço.

Eu pego o trem
Pra outra cidade
Eu pego outro número
Deleto
Atualizo
Volto

Eu fico brincando de controlar meu id
Com esse superego de bosta
Antecipo todo e qualquer tipo de sofrimento
Todo e qualquer tipo de conquista
Tipo aquelas que nunca tive
Aquelas que tem seu nome
Cada parte dele
Cada frase dita...

Repito de tempos em tempos
Os mesmos atos egoístas
E as mesmas declarações banais
Que tomam os mesmos foras

Cada dia em função das obrigações
Deixando pouco tempo pras reflexões
E sentimentos em ângulos agudos

Se posso espremer e exprimir
O que há ainda de melhor em mim
Eu gostaria de saber de verdade
Porque então a cada passo do presente
Me afasto dois da realidade?

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Ponto

Alimento-me dessa chuva
De cada gota que cai
Com cada cor que decai
Faço as possibilidades
Se encherem de boas intenções
E as boas intenções
Se encherem de possibilidades.

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Das coisas que eu deveria ter aprendido pra ontem

Não implore pelo amor dos outros.
Não se precipite, não é isso que mudará alguma coisa.
Não existem possibilidades pro amor acontecer, se for pra ser, será.
Não importa se é hoje ou amanhã, não se precipite.
Ele pode não chegar mesmo, mas isso não é nenhum problema se na vida você tiver bons amigos.
Aprenda a se amar, e será feliz. Seja feliz, e as pessoas virão até você.
Sentimentos são estados de espírito, livres, não se toma posse de alguém.
Gostar e amar faz parte do livre arbítrio. 
Só deseje se casar com pessoas que te correspondam, e se elas falharem nisso, não se culpe.
Ninguém é obrigado a gostar de ninguém, principalmente se for pra vida toda.
Não se indague sobre a elasticidade dos acontecimentos, apenas viva o hoje.
As pessoas tem seu próprio tempo e seu próprio espaço, respeite.
Esse buraco no seu coração só pode ser preenchido por Deus, e não por romances.
Procure a si mesmo.
Faça das coisas ruins, coisas boas.
Não alimente os monstros.
Abra sua mente.
Peça perdão.
Você é tudo isso, mas quem faz isso tudo ser, é você.
Seja grato a cada instante, pela sua vida.

domingo, 23 de novembro de 2014

Lembrete da continuação

Vida, desculpa.
Fiz de você
Esse poço de decepções.

Notei bem,
Mas sequer agi
Pra retroagir
E te corresponder à altura.

Você ainda tenta me ensinar
Alguns valores que eu já deveria
Ter aprendido.

Espero que você não desista de mim,
Assim como eu ainda não desisti de você.

Obrigado por me aturar.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

É isso que tu és

Não pode ser
Essa fragilidade
Inercial

Esse retardo emocional
Até ele tá cansado
De ser sentido

Fale-me a verdade
Você gosta de bancar
A vítima da situação

A atenção
Não te dá mais ouvidos
Porque dois
Já tens

Mas é em...
Mal agradecido.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

O colecionador de vazios

Ainda sou fã
Desse seu cinismo
Um tanto niilista

Mas até quando
Você vai deixar
A chuva nessa cor?

Estávamos destinados
A "nos" encontrar
Assim parece bom?

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Planos molhados

Tempo tem andado
Uma hora rendido
No passado
  
Pode ser que seja eu
A(notando)
A saudade que era estar
Apaixonado

Pode ser que seja eu
Forçando o singular
Com teu plural

E pode ser que seja
Só frescura,
Por que não?

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Coisificação fracionada

Destilando vontades
Incinerei as casas
Que nem cheguei
A visitar

Tocava aquele lembrete
Procurava sem nada estar


Era como um relógio que
Alertava com o cuidado
De nunca ser
Encontrado

Era tanto lugar escuro
Pra ser vasculhado
Que era melhor deixar
Como está

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Difusividade

Esse caminho ficou estreito
Do nada eram essas letras
No lugar da pedogênese

Parecia mais uma mistura
De fórmulas erradas
Onde deltas afundavam

Bateu o desespero
Pior que fome na noite de domingo

Parecia mais um
Gradiente de concentração
Nas abcissas minha sanidade
Nas ordenadas minha pontuação

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Rubrica

Bebe do meu caos
Deixa escorrer o drama

Soluça
O monstro
Em baixo
Da cama


Terminou já
O sol que
Risca o inverno

Bebe-te
Num cálice de ego
Quem pisca demais...
Inferno

É primavera
Com cara
De verão.

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Tapa na cara

Não prodigalizar
Mais sentimentos,
A tal da resiliência,
Vezes tantas, pedia.

Retrucava
Que não se trata
De quantidade
Aquilo que nem é
Palpável.

domingo, 21 de setembro de 2014

Isósceles

Cada qual com
O seu lado oposto
Menos um

Eu tenho feito
Tudo o que posso
Eu estou apaixonado
Por um fantasma

As lembranças
São coisas assustadoras
Elas abrem as cortinas
Sem pedir licença

Perco a noção
Do que é estar cego
Sei nem se o chão que piso
Está ou não cheio de ego

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

"Adorar" também tem dor no meio

No mínimo, escrever é a combustão de tecer letra a letra e se vestir de sentimentos inflamáveis.

domingo, 14 de setembro de 2014

Escarnecer (Parte VI)


Provaste teus desejos
Teu pêssego em vinho
Mas quem te devorou
Foi um coração sozinho

Aquela existência
Que não dava a mínima
Te seduziu até a cama
Te prometendo todos
Os amanhãs que acabaram
Dia seguinte.

Sem de fato conseguir
Derramar lágrima alguma
As mentiras e desculpas
Foram vistas de mãos dadas.

Meu pequeno,
Quer esquecer, esquece
Quer seguir, segue
Mas anda, que ainda tem alguém
Te esperando ali na frente.

Photo by Sirius-sdz

Da subserviência à autossuficência


Tua loucura;
Pega e dança.
Baila.
Pisa nos pés
Dela não deixa
Tirar teu nome dos livros.

Escreve nela
Teu domínio e função.
Matemática pura.
Faça-a obedecer
Às regras da tua equação.


Photo by escume

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Engula

A vida é
Assim mesmo

O doce só
Fica na ponta
do Iceberg
Pra que você tenha
O risco
De perfurar a
Língua.

domingo, 7 de setembro de 2014

Pinceli


As coisas que eu escrevo
Eu eternizo na rede
Pra deseternizar da memória.

Esse poema é o primeiro
Que tem nome de gente.
Esse poema tem teu sobrenome.

Só seguir em frente nunca foi
Uma boa opção.
Eu precisava voltar
Ao início de tudo.

Photo by Softyrider62

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Por falta eu me entendo (II)

Sorriu pro mundo.
Brilhou, me atingiu. 

Iluminou algum pedaço 
De algum pedaço 
Da minha calçada. 

Eu tinha medo de sair 
Daquele quadrado 
Até a porta de um abraço 
Desconhecido. 

É que o mundo dela 
Certamente 
Era a mesma distância 
Entre mim e a lua. 

Admirar de longe, 
Nunca foi o bastante 
Pra um caçador de sonhos.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Por falta eu me entendo

Nem você e nem ninguém
Merece ouvir
O barulho que é regar
Meu mundo

O fiz suportando sem
Suportar nada

Aquele orgasmo
No peito explodiu
Remorsos

Dei-me conta...
Completa um mês hoje
E meu corpo ainda relembra que
Você ainda está com meu lençol

Foi um dos sentimentos
Mais belos e intangíveis
Que tive que prestar contas
No cartório

Nunca cheguei a assinar nada
Deram-me um recibo
Dizendo que nem o tempo
Traria as respostas

Toda uma vida
Num caso de menos
De duas semanas

O amor próprio
Só parecia tirar férias
Quando eu mais sobrava.


domingo, 17 de agosto de 2014

Dentre as coisas que eu não queria dizer



Eu sei. Sou um chato. Mas é que minha chatice é proporcional ao quanto os outros me deixam feliz. É que ser um chato, e as vezes insuportável, é a minha melhor forma de expressar gratidão.

Photo by TamberElla

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

In(verter)

Verti a dor em silêncio
Omiti as palavras mais sinceras
Escutando o interior como um moinho.
Remexendo

Peguei uma apóstrofe
Joguei no poço e fiz um pedido
Subiu uma moeda
Comprei um sonho

Me dei conta que a única coisa
Que eu precisava nessa vida
Era dinheiro.

domingo, 10 de agosto de 2014

Depende do quanto você brinca com o sono

Pra ver se cola
Eu embrulhei uma distração
Dentro de uma garrafa de vodka.

Pra ver se cola
Eu escrevi mentiras
Na minha agenda.

E tudo dependia de um estado
Daquele de estado mesmo
Que fica pendurado entre
A distração e meu sono

Porque sorriso não se pensa
Sorrisos são espontâneos
Por livre arbítrio;
Então eu ficava na dúvida
De uma felicidade pura
E uma outra inventada.

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Pois eu nem me preocupo enquanto houver panos


A indústria de tecelagem.
E minha pele agradecem.
Pois enquanto houver panos
Sentimentos não borrarão
Manchando a dignidade
Em forma de espuma.

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Agora eu tenho sede é de inteligência


Me monte em teus
Pequenos feixes de ozônio
E com teu vapor
Me faça máquina.

Robotiza-me.

quinta-feira, 31 de julho de 2014

A rosa

Eu não sei se tinha medo
De ver as pétalas caírem,
Foi quando fui numa loja de flores...
Artificiais.

A verdade, meu amor,
É que eu só não queria algo
Que fosse estragar em algumas semanas.

Piada sem graça
É o resumo dessa farsa
E até que durou mais
Do que alguns seriados
De novela.

Vou cantar sozinho,
Dar um jeito,
Quem sabe até,
Viver.

"Não tenho tempo pra guardar recordações"

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Vexame




Se queimar
Chama de amor
Se não queimar
Apenas amor
Se não amor
Apenas chama
Nem chama?
Não chame.


Photo by justcallmemike

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Há pedaços para todo lado

Ao menos isso você pode ver?
Dentro do que restou
Do que você chama de grosseria
Está todas as algemas da minh'alma

E há cada pedaço de mim
Espalhado por aí
Com cada estranho de mim
Portando todos meus nomes.

Meu coração está lotado
Dessas bitucas que você jogou
Depois de tragar meus pensamentos

quinta-feira, 17 de julho de 2014

O amor é um carro sem freio


Não preciso de uma resposta fofa.
Nem ouvir tudo aquilo que queria
Que alguém dissesse sobre mim
Em um mundo paralelo um dia.

Desejo um capote pra sair da pista.
(Meu amor além de cego é radical).
Um acidente que me tire a vista
E cante o pneu, o estrago, o recital.

E Toque Vivaldi.
Adagio, de preferência
Enquanto me desmancha
Com mais paciência
Me remonta
Com menos pressa de viver.

Photo by everyoneelseonhere

Desculpa é o caralho


A porta tá ali. Sem chave. Tem maçaneta. É só fechar. Mas bate antes de abrir de novo. Bate, três vezes. Mas... Só três minutos depois que você permanecer de pé encarando aquele poster que lembra seus erros. Se sobrar dúvidas, nem bate. Bate se tiver certeza que um beijo vai te trazer respostas. Se estiver confusa... Nem bate. Nem encara nada. Dá meia volta. Pega tua música preferida. Pega o carinha da esquina que deu bola pra você. Pega o badboy que tu tanto sonha. Pega qualquer coisa que me irrita. Não a maçaneta do meu mundo. Não a minha ilusão. Seja o lado oposto do meu abraço. Seja você mesma, até que eu chamarei pelo teu nome, mas vai ser teu nome, não "linda", muito menos "amor".

Photo by Donna-Quixote

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Arte nunca nasceu da felicidade

A tristeza é o pior tipo de doença e história que o romance pode desenvolver; se não tratada, vira crônica. Isso me gera uma dúvida, um tanto realista: em qual dos meus vícios eu me atiro primeiro, quando a chuva bater na porta? Ora ou outra ela virá, bem servida com a gravidade das coisas.

"Porque amar é uma arte e nem todo mundo é artista." - Renato Russo 

terça-feira, 15 de julho de 2014

Desilusões iludidas


Amar é passar todas as coisas pela peneira mais fina, e em meio às lágrimas e suor filtrados, passado, presente, ou possibilidades, o que não ficou retido no caminho, é indiscutível, é amor... O resto? Ilusão, carência... o resto é resto.

photo by lomatic

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Por conta própria

Era tão cheia que talvez
Se transbordasse sozinha
Notavelmente vazia
Não tinha porquê completar

E éramos totalmente opostos
No fundo isso doía
Toda aquela igualdade...
Esqueci que éramos espelhos

E espelhos
Invertem
Imagens.

quarta-feira, 9 de julho de 2014

A falta faz falta


Ei, demora não
Do outro lado tão vazio
Coração no travesseiro
Sem eixo de direção

É tenso, é verdadeiro
O aguardo me espera
Mãos no fogo ou no gelo
É estranha a sensação

Guardo o caos
Bem no chuveiro
Molha ele meu espelho
Alma escorre sem padrão

Desafia as minhas leis
Fica ali a vela acesa
Realizando combustão

Photo by andrework

domingo, 6 de julho de 2014

Escarnecer (Parte V)


Que mais que está
Na tua espera
Os talheres no prato
Denunciam o ato

Devoraste o coração dos vivos
Em troca de refúgio
Tu estás mais uma vez
Na fila de suicídio

São tantos monstros
Pra poucas correntes
Mas você sempre soube
Que um dia verteria:

Dor em agonia
Tristeza em euforia
Pediste tu o palhaço;
Pediste, e ainda pede.

Aprenda a lição,
Sorrindo
Pela existência
De quem nem o vê.

Photo by ro7alsa3adah

Gerard

Prendeu-se,
Fez o fogo
E via a lua viela.
Bom
Três passos dados
Vagos afagos
Hoje não
Amanha não
À lua não,
Quem sabe qualquer outro
Corpo que tenha luz.

sábado, 5 de julho de 2014

Nota sobre a felicidade

Esquece os pontos
Volta pro branco
Desenha de novo
Reinventa as cores
Repinta...
Mas por favor
(Não repita)
Do zero.

segunda-feira, 30 de junho de 2014

A mão esquerda quente
A mão direita fria
E sobre mim,
Todas as coisas do mundo.

domingo, 29 de junho de 2014

Hm, é mesmo?

Hoje não precisei de bebida pra sorrir
É que você já é uma batida muito forte;
Escolhi virar aos pequenos goles
Quem sabe mais tarde senão de uma vez só?

sábado, 28 de junho de 2014

Lia-se autodisciplina, o barulho que bateu na janela.


Tá vendo aquele sentimento ali?
Não né?! Sumiu!
Pois é, não valia a pena inteira
Se quer saber, nem metade dela.

Photo by Caledscratched

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Entre a ignorância e o mal do século


Viver bem tem um pouco disso tudo
Não valorizar o ontem,
Fazer o impossível hoje

Sabe,  enquanto eu escrevia isso
Eu acabei de ver umas
Daquelas cenas de televisão
Que eu achei que nunca veria
Explicitamente na vida toda;

Uma formiga carregava seu alimento
Quando é caçada e atacada por uma aranha
É roubada, atingida, agoniza até morrer
A aranha vai embora, o corpo fica.

Ser livre tem um pouco disso tudo
Estar sujeito à essa cruel natureza
Onde alguém vai roubar e te matar
O tempo todo, enquanto você
Rouba e mata outras pessoas

Por tempos foi assim que eu me senti:
Uma pobre formiga que levava seus esforços
Fodido por uma ou mais aranhas
Que passavam no meu caminho.

Viver livre tem essas consequências
Mas quem não quer sofrer mesmo
Não sai de casa
E quem não sai de casa
Não vive.

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Conselhos


E numa dessas conversas de quinta-feira:

"Eu já tive até plano D.
É difícil cara,
É natureza da pessoa,
"Mulher é foda".

Ela ama ver os caras
Babando atrás dela,
Essa é a realidade;
Já tomei no cú com mulher assim.
Eu mudei numa dessas,
Comecei a ser meio "cafajeste"
E meter o "foda-se"

Elas gostam cara,
Mas isso não é de mim
Quando eu começo a gostar mesmo
Eu mudo.

É cara,
Mulher é um bixo estranho."

E. L., 2014

Photo by Simplistic-Elegance

Dadaísmo sentimental

Estúpido quando não se aceita
Babaca quando não se ajeita
Estou entre as cores que escorrem
Esse estilo neorromântico-old
Que tá preso na intensidade
De se perder na intenção

Photo by agnes-cecile

domingo, 22 de junho de 2014

Criado mudo


Eu suporto
Tu suportas
Ele silencia.
Nós suportamos
Vós suportais.
Eles cederam.

Photo by Julie-de-Waroquier

sábado, 21 de junho de 2014

Quem disse que a lua não pode brilhar?

E no próximo dia de lua cheia
Atearia fogo
Ao seu pecado de amar.

A questão era de um amanhã

Primeiro as asas:
As penas caiam com seu rosto
Desse olho fazia-lhe cego.
Daqui à mais, nada mais sobraria
Adeus, Allen,
Ele dizia,
E virava as costas,
Incinerava
Alguns sentimentos
Forçados à gasolina
À alcool, à qualquer coisa
Que queimasse até não sobrar oxigênio
Que matasse todas suas verdades.
E se tu voltar,
Ele dizia,
Que seja eu
Em mim mesmo,
Dentro de uma chamada minha,
Do meu sol eclipsado
Mas agora?
Dorme,
Assiste uma a uma
As chamas queimarem
Tua lua, teu coração.

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Entre a verdade e o murro do susurro no peito





Ninguém quer acreditar
Ninguém quer viver em si
Que afogar é como o beijo
Que ninguém deu
É entre o fogo que não acendeu
Ninguém quer voar
Tão longe quanto
Deus voou, o horizonte
Ninguém quer mentir pra si
Ninguém quer sentir
Sem ver o que está por vir

Pare de graça



Já aprendi do reflexo
Dos outros
A não sê-los

Já aprendi do reflexo
De mim mesmo
À não deixar escapar
Nenhuma luz

Pare de se autossabotar,
Em troca de um ponto de fuga
Busque seu ponto de equilíbrio.

quinta-feira, 19 de junho de 2014


"Acho que a lua virou meu sol, não importa a direção...
Somente você poderá ver o final desse mundo vazio que parece natural..."
- André Iarozinski

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Entre o meio termo e o termo meio


Daqui vejo uma moeda estúpida
Chamada valor de chamada
Parece real e engasgada
É só uma perdida na ligação
De moléculas do teu fio
Que alagado chora
Sem conexão

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Os lunáticos

Obrigado,
Por ter me amado de verdade.
Agora eu sei,
O que é, e que existe
Amor verdadeiro recíproco feliz.

sábado, 14 de junho de 2014

A dançarina fantasma


Macio entre os braços
Há espaços perfeitos
Que colam nos meus
Enquanto alguém ri
Guiado pela força do vento
Há musica ou algo do tipo
E valso e giro e surto
Dançando com um amor
Imaginado, inventado
Pela falta de um.

Que bom que você veio

Fique preso o bastante
Entre todos devaneios
Mas não enxergue obstante
Tudo o que prevê teus meios

Viva a roda e seja a escada
Pros segredos de mil caminhos
E escale na contra mão
Pra fugir dos meus carinhos

Hoje a cara de sábado
Deseja essa segunda
Pra vir logo a rotina
Preenchendo dois instantes
De vazios eternos.

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Pro teu bem querer não passar da meia noite


Que a vontade de ir
Seja maior que a de ficar.
Pro pé na bunda
Ser maior
Do que o gostinho
Que sobrou no paladar.

Photo by: Skia

terça-feira, 10 de junho de 2014

Pra piorar

Era como a lua
O reflexo do brilho dos outros.
E era isso,
Vazio sem nenhum brilho.
Era falso? Pergunto-lhe.
Não ter luz própria,
É não ter personalidade?
"Brilhou", e achava que podia alcançar
O sol, que solitariamente brilhava
Afastando tudo.
Mas não alcançou.
Era falso?
Nunca mostrou seu outro lado,
Era falso? Ou havia um lado só?
Dependia de alguém
Que não lhe dependia.
Existia um ninguém
Que precisava de alguém
Que não tinha luz própria?
Uma mentira
Que inventou, pra iluminar
O coração dos cegos
Que não puderam alcançar o sol,
E quem sabe, senão,
Uma vez apenas,
Ser alcançado.

segunda-feira, 9 de junho de 2014

De todas as perguntas, a resposta óbvia

Me disseram uma vez só
A chave pra fechadura
De todas as respostas
Que respondem uma única dúvida:
"Como saber se o amor é/foi verdadeiro?".

__Depois de começar a namorar a pessoa,
ela se contraiu ou se expandiu? Perguntaram-me.

.
.
.

Dizem que a resposta, é que a pessoa deve se expandir.

__Os dois. Respondi.

As vezes sufoca,
As vezes sente-se falta do sufoco.
Acho que ser totalmente livre é não ter um lugar pra voltar,
E ser totalmente preso é não ter nenhum lugar pra ir.

domingo, 8 de junho de 2014

Teu erro súbito

Dentro de toda a minha incapacidade
Foi dar cor à chuva monocromática
Que está lavando todas lembranças.

Photo by: http://dastok.deviantart.com/

quarta-feira, 4 de junho de 2014

A poesia era a única coisa em comum

E foram capazes de a(r)mar uns aos outros.

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Tua voz ataca os timbres do meu fígado inquieto na janela de um meio silêncio


Não nesse,
Nem no outro,
Tampouco subo nele.
Não assisto, sinto.
Não separo do pensamento,
Deixo rolar a guerra.
O muro?
Derrubo-o.

Photo by:  tuminka

sexta-feira, 30 de maio de 2014

Fogos de artifício


De devaneio só lhe restou o nome
De amor só lhe restou o nome
E pra se aquecer desse frio todo
O dicionário todo ele queimou

Photo by: Apofiss
http://apofiss.deviantart.com/

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Infinitamente possível


E se somos retas paralelas moça,
E se você acredita em infinito,
E se não for agora,
Vai ser ainda
Em algum lugar dessa
Vida.

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Talvez eu não morra de amor

Ninguém morre de amor,
De fato, e quando se é ninguem?

Ah, bobagem, ninguém morre de amor,
Talvez dos entorpecentes de psiquiatras,
Das doenças desenvolvidas,
De câncer, talvez, porque não?
Mas de amor? Ah...

Vamos ver o que me mata primeiro,
O amor, as doenças ou os dois.
Eu aposto que você vive, e continua como um fracassado, gostando de um fantasma, morrendo de amor, e de doenças, porque não?
Parece um final perfeito pra um babaca romantista de merda como você.

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Eu quero é que se foda


Essa é outra mentira minha;
Mas não deve existir problema algum
Em amar um fantasma.

"Apenas porque é ilógico
Não faz disso errado". - Fuwa Aika

sábado, 17 de maio de 2014

O meu maior defeito é não conseguir se aproximar das pessoas.

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Sem a vírgula, por favor.


Fui livre de todas as preocupações,
Mas era só esboço nos teus olhos
Que a liberdade fugiu dos planos
Em busca de outras dimensões
geo(métricas).

domingo, 13 de abril de 2014

Passou da hora


Todos diziam que já era hora.
Todos diziam que passou da hora.
Todos diziam que já era hora.
Foi-se a hora.
Não há tempo.

Nos deram espelhos, e vimos um mundo doente.
Você só quis evitar seu medo
Trocando seis por meia dúzia.

sábado, 12 de abril de 2014

Senti(mento)


Fica travado pra descer
Tudo aquilo que não sobe.
Não é novidade pra ninguém,
Mesmo.

Todo mundo varre e banha o coração.
Eu nem quero passar o pano.
Nada limpa, tudo suja.
É que pra existir romance,
Alguém no mundo
Precisava ser vilão.

A mudança


Minha casa não fica no meio da cidade,
Não fica entre postes, esquinas e bosques.
Minha casa é decimal, não para quieta.
Tem bagunça sem visita,
Tem portas, janelas, poucas entradas e muitas saídas,
Mas é bem iluminada.

Minha casa é assim quadrada
Reflete o simplismo de um mecanicismo
De pouco espaço pra memórias bem conservadas.

Minha casa não tem vizinhos,
Nem visitas, nem amigos,
Nem pombos ou passarinhos.

Hoje a luz está queimada,
E ela não será trocada:
Não se vende esperanças.

Quem sabe até a malha urbana
Não avança engolindo desculpas.

Coitada da casa,
Dei-lhe o nome de saudade.

sexta-feira, 28 de março de 2014

Mentiramarelo


Os espectros de irradiância
Não tinham a mesma cor
Que tuas lágrimas.

E a absorbância no meu choro
Não tinha retenção
Pras tuas lástimas.

sábado, 1 de março de 2014

Amarelo à cor.


É uma mentira atrás de cada viela
Que ninguém se refugia mais
Na sombra de maiores ruas.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Para aprender


Se fosse pra resumir:

Amar é quebrar sonhos por outra pessoa,
É por ela na frente das suas obrigações.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Qual o sentido dessa porcaria toda?

Pessoas machucadas irão machucar pessoas. Isso é inevitável.

domingo, 2 de fevereiro de 2014

O cubo

A vida é como um cubo mágico:
Se você não souber resolve-la,
Os problemas trocarão de lugar
Ou se transformarão em outros.