Largos passos, diria
Aqueles que demos de mãos dadas
Mais largos ainda,
Os que nossos corpos se abraçavam
Eu não sei a que ponto estamos.
Há sequer inercia capaz de parar nosso movimento?
E subitamente nos destruímos
Como dois asteroides acelerados que perderam a órbita
Se chocando no meio do espaço
Os pedaços cada vez mais afastados
Chegariam inteiros em outros planetas,
Ou se espalhariam como cinzas?
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019
A resposta
Não tomo erros que não me pertencem
Jogue fora todos os presentes
Mas meu sorriso tu não toma
Quando o presente se estorna
Por favor, você diz?!
Largue mão de ser atriz
Essa novela cansei de assistir
Não me faça repetir
Se foi frio, ou se foi quente
Ninguém afirma o aparente
Senão aquele quem sente
E na ausência não lhe afirmo,
Pois o nada não preenche.
Esquecer ou lembrar,
Seguir ou sofrer,
Você escolhe o seu querer
Quem seria eu pra te dizer
Que existe certo ou errado
Em relacionamentos mal acabados?
E mesmo assim carrego pra mim
Não se ofenda, pois,
Se precisa forçar, é porque não cabem dois.
Jogue fora todos os presentes
Mas meu sorriso tu não toma
Quando o presente se estorna
Por favor, você diz?!
Largue mão de ser atriz
Essa novela cansei de assistir
Não me faça repetir
Se foi frio, ou se foi quente
Ninguém afirma o aparente
Senão aquele quem sente
E na ausência não lhe afirmo,
Pois o nada não preenche.
Esquecer ou lembrar,
Seguir ou sofrer,
Você escolhe o seu querer
Quem seria eu pra te dizer
Que existe certo ou errado
Em relacionamentos mal acabados?
E mesmo assim carrego pra mim
Não se ofenda, pois,
Se precisa forçar, é porque não cabem dois.
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019
Paisagem
Apaguei dentro de um trem
Do qual destino não sei
Congelado em alguma paisagem
De brumas que não vi além.
Gotas escorriam na janela.
Lágrimas de um ninguém.
A alma quase podia as tocar,
Mas os lábios viravam as páginas.
Lentamente recitavam
Suas ultimas palavras.
Quando caia a noite,
No chão já me encontrava
A passagem rasgada,
Os bancos abandonados,
E o trem não parava.
Contra a parede me jogava,
Chorava e apagava.
Nada acanhava mais
Que a paz amaldiçoada.
Em quantas horas percorremos
Trilhas de sonhos que tememos?
E quantos dias são necessários
Para reaver o que perdemos?
A que momento, pergunto,
Nos afastamos de nós mesmos?
Do qual destino não sei
Congelado em alguma paisagem
De brumas que não vi além.
Gotas escorriam na janela.
Lágrimas de um ninguém.
A alma quase podia as tocar,
Mas os lábios viravam as páginas.
Lentamente recitavam
Suas ultimas palavras.
Quando caia a noite,
No chão já me encontrava
A passagem rasgada,
Os bancos abandonados,
E o trem não parava.
Contra a parede me jogava,
Chorava e apagava.
Nada acanhava mais
Que a paz amaldiçoada.
Em quantas horas percorremos
Trilhas de sonhos que tememos?
E quantos dias são necessários
Para reaver o que perdemos?
A que momento, pergunto,
Nos afastamos de nós mesmos?
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