segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

Paisagem

Apaguei dentro de um trem
Do qual destino não sei

Congelado em alguma paisagem
De brumas que não vi além.
Gotas escorriam na janela.
Lágrimas de um ninguém.

A alma quase podia as tocar,
Mas os lábios viravam as páginas.
Lentamente recitavam
Suas ultimas palavras.

Quando caia a noite,
No chão já me encontrava
A passagem rasgada,
Os bancos abandonados,
E o trem não parava.

Contra a parede me jogava,
Chorava e apagava.
Nada acanhava mais
Que a paz amaldiçoada.

Em quantas horas percorremos
Trilhas de sonhos que tememos?
E quantos dias são necessários
Para reaver o que perdemos?

A que momento, pergunto,
Nos afastamos de nós mesmos?

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