Apaguei dentro de um trem
Do qual destino não sei
Congelado em alguma paisagem
De brumas que não vi além.
Gotas escorriam na janela.
Lágrimas de um ninguém.
A alma quase podia as tocar,
Mas os lábios viravam as páginas.
Lentamente recitavam
Suas ultimas palavras.
Quando caia a noite,
No chão já me encontrava
A passagem rasgada,
Os bancos abandonados,
E o trem não parava.
Contra a parede me jogava,
Chorava e apagava.
Nada acanhava mais
Que a paz amaldiçoada.
Em quantas horas percorremos
Trilhas de sonhos que tememos?
E quantos dias são necessários
Para reaver o que perdemos?
A que momento, pergunto,
Nos afastamos de nós mesmos?
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