segunda-feira, 30 de junho de 2014

A mão esquerda quente
A mão direita fria
E sobre mim,
Todas as coisas do mundo.

domingo, 29 de junho de 2014

Hm, é mesmo?

Hoje não precisei de bebida pra sorrir
É que você já é uma batida muito forte;
Escolhi virar aos pequenos goles
Quem sabe mais tarde senão de uma vez só?

sábado, 28 de junho de 2014

Lia-se autodisciplina, o barulho que bateu na janela.


Tá vendo aquele sentimento ali?
Não né?! Sumiu!
Pois é, não valia a pena inteira
Se quer saber, nem metade dela.

Photo by Caledscratched

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Entre a ignorância e o mal do século


Viver bem tem um pouco disso tudo
Não valorizar o ontem,
Fazer o impossível hoje

Sabe,  enquanto eu escrevia isso
Eu acabei de ver umas
Daquelas cenas de televisão
Que eu achei que nunca veria
Explicitamente na vida toda;

Uma formiga carregava seu alimento
Quando é caçada e atacada por uma aranha
É roubada, atingida, agoniza até morrer
A aranha vai embora, o corpo fica.

Ser livre tem um pouco disso tudo
Estar sujeito à essa cruel natureza
Onde alguém vai roubar e te matar
O tempo todo, enquanto você
Rouba e mata outras pessoas

Por tempos foi assim que eu me senti:
Uma pobre formiga que levava seus esforços
Fodido por uma ou mais aranhas
Que passavam no meu caminho.

Viver livre tem essas consequências
Mas quem não quer sofrer mesmo
Não sai de casa
E quem não sai de casa
Não vive.

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Conselhos


E numa dessas conversas de quinta-feira:

"Eu já tive até plano D.
É difícil cara,
É natureza da pessoa,
"Mulher é foda".

Ela ama ver os caras
Babando atrás dela,
Essa é a realidade;
Já tomei no cú com mulher assim.
Eu mudei numa dessas,
Comecei a ser meio "cafajeste"
E meter o "foda-se"

Elas gostam cara,
Mas isso não é de mim
Quando eu começo a gostar mesmo
Eu mudo.

É cara,
Mulher é um bixo estranho."

E. L., 2014

Photo by Simplistic-Elegance

Dadaísmo sentimental

Estúpido quando não se aceita
Babaca quando não se ajeita
Estou entre as cores que escorrem
Esse estilo neorromântico-old
Que tá preso na intensidade
De se perder na intenção

Photo by agnes-cecile

domingo, 22 de junho de 2014

Criado mudo


Eu suporto
Tu suportas
Ele silencia.
Nós suportamos
Vós suportais.
Eles cederam.

Photo by Julie-de-Waroquier

sábado, 21 de junho de 2014

Quem disse que a lua não pode brilhar?

E no próximo dia de lua cheia
Atearia fogo
Ao seu pecado de amar.

A questão era de um amanhã

Primeiro as asas:
As penas caiam com seu rosto
Desse olho fazia-lhe cego.
Daqui à mais, nada mais sobraria
Adeus, Allen,
Ele dizia,
E virava as costas,
Incinerava
Alguns sentimentos
Forçados à gasolina
À alcool, à qualquer coisa
Que queimasse até não sobrar oxigênio
Que matasse todas suas verdades.
E se tu voltar,
Ele dizia,
Que seja eu
Em mim mesmo,
Dentro de uma chamada minha,
Do meu sol eclipsado
Mas agora?
Dorme,
Assiste uma a uma
As chamas queimarem
Tua lua, teu coração.

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Entre a verdade e o murro do susurro no peito





Ninguém quer acreditar
Ninguém quer viver em si
Que afogar é como o beijo
Que ninguém deu
É entre o fogo que não acendeu
Ninguém quer voar
Tão longe quanto
Deus voou, o horizonte
Ninguém quer mentir pra si
Ninguém quer sentir
Sem ver o que está por vir

Pare de graça



Já aprendi do reflexo
Dos outros
A não sê-los

Já aprendi do reflexo
De mim mesmo
À não deixar escapar
Nenhuma luz

Pare de se autossabotar,
Em troca de um ponto de fuga
Busque seu ponto de equilíbrio.

quinta-feira, 19 de junho de 2014


"Acho que a lua virou meu sol, não importa a direção...
Somente você poderá ver o final desse mundo vazio que parece natural..."
- André Iarozinski

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Entre o meio termo e o termo meio


Daqui vejo uma moeda estúpida
Chamada valor de chamada
Parece real e engasgada
É só uma perdida na ligação
De moléculas do teu fio
Que alagado chora
Sem conexão

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Os lunáticos

Obrigado,
Por ter me amado de verdade.
Agora eu sei,
O que é, e que existe
Amor verdadeiro recíproco feliz.

sábado, 14 de junho de 2014

A dançarina fantasma


Macio entre os braços
Há espaços perfeitos
Que colam nos meus
Enquanto alguém ri
Guiado pela força do vento
Há musica ou algo do tipo
E valso e giro e surto
Dançando com um amor
Imaginado, inventado
Pela falta de um.

Que bom que você veio

Fique preso o bastante
Entre todos devaneios
Mas não enxergue obstante
Tudo o que prevê teus meios

Viva a roda e seja a escada
Pros segredos de mil caminhos
E escale na contra mão
Pra fugir dos meus carinhos

Hoje a cara de sábado
Deseja essa segunda
Pra vir logo a rotina
Preenchendo dois instantes
De vazios eternos.

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Pro teu bem querer não passar da meia noite


Que a vontade de ir
Seja maior que a de ficar.
Pro pé na bunda
Ser maior
Do que o gostinho
Que sobrou no paladar.

Photo by: Skia

terça-feira, 10 de junho de 2014

Pra piorar

Era como a lua
O reflexo do brilho dos outros.
E era isso,
Vazio sem nenhum brilho.
Era falso? Pergunto-lhe.
Não ter luz própria,
É não ter personalidade?
"Brilhou", e achava que podia alcançar
O sol, que solitariamente brilhava
Afastando tudo.
Mas não alcançou.
Era falso?
Nunca mostrou seu outro lado,
Era falso? Ou havia um lado só?
Dependia de alguém
Que não lhe dependia.
Existia um ninguém
Que precisava de alguém
Que não tinha luz própria?
Uma mentira
Que inventou, pra iluminar
O coração dos cegos
Que não puderam alcançar o sol,
E quem sabe, senão,
Uma vez apenas,
Ser alcançado.

segunda-feira, 9 de junho de 2014

De todas as perguntas, a resposta óbvia

Me disseram uma vez só
A chave pra fechadura
De todas as respostas
Que respondem uma única dúvida:
"Como saber se o amor é/foi verdadeiro?".

__Depois de começar a namorar a pessoa,
ela se contraiu ou se expandiu? Perguntaram-me.

.
.
.

Dizem que a resposta, é que a pessoa deve se expandir.

__Os dois. Respondi.

As vezes sufoca,
As vezes sente-se falta do sufoco.
Acho que ser totalmente livre é não ter um lugar pra voltar,
E ser totalmente preso é não ter nenhum lugar pra ir.

domingo, 8 de junho de 2014

Teu erro súbito

Dentro de toda a minha incapacidade
Foi dar cor à chuva monocromática
Que está lavando todas lembranças.

Photo by: http://dastok.deviantart.com/

quarta-feira, 4 de junho de 2014

A poesia era a única coisa em comum

E foram capazes de a(r)mar uns aos outros.

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Tua voz ataca os timbres do meu fígado inquieto na janela de um meio silêncio


Não nesse,
Nem no outro,
Tampouco subo nele.
Não assisto, sinto.
Não separo do pensamento,
Deixo rolar a guerra.
O muro?
Derrubo-o.

Photo by:  tuminka