domingo, 19 de dezembro de 2010

Sussurro

Ele gosta de esperar para lamber a lâmina de ódio
Pronta para perfurar aquilo que for preciso.
Não tão paciente, conta os segundos, indeciso;
De que maneiras vai ocupar seu ócio?

Ele gosta de apertar a rosa de espinhos
E de ver o vermelho escorrendo de suas mãos,
De gritar dentro dos outros,
E de tomar posse de seus pensamentos.

Acabando com seu último suspiro de alívio
Ele gosta de fluir como música nas mentes
Pronto para o próximo ato...

Ele vê através dos seus olhos
Sussurrando em seu ouvido;
Todos, possuem seus próprios demônios...

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Tempo

Paradoxos delineiam labirintos imaginários,
Nestes, diversas janelas voltadas umas para as outras,
Possibilitam o contato visual, imagens.

Mergulhados em ressentimento,
Os grãos de areia caem para o outro lado da ampulheta
Quanto tempo resta até nos sufocarmos nessa tempestade?

A pergunta não se aquieta, distorcendo o espaço e tempo.
Há algo real atrás dessa janela de vidro?
Ou é um sonho essa chuva de areia que está cobrindo o pescoço?

Porque de dentro dessa prisão, é ofuscante o mundo lá fora
Essa prisão, que criamos em nós mesmos...

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Limites

Palavras nunca são o suficiente quando descrevem sempre
assuntos redundantes que gradativamente criam o tédio existencial.

Se arte é algo que não necessariamente tem conteúdo e agrada os sentidos, aquilo que tem conteúdo mas não agrada é o que?


Eu me pergunto; quanto tempo falta,
para a minha paciência explodir?...

sábado, 4 de dezembro de 2010

Degelo


Todo sentimento de harmonia, se esvai
Quando não há nenhuma base, coluna,
Para nos segurarmos antes de desistirmos e cairmos
Dentro de uma terra repleta de contos;

Os que nos iludem, e nos fazem acreditar
Que vivemos uma terra de sonhos atracados
Nos prendendo em outros mundos que não seja o nosso

São tantas as cordas, que nos puxam, quando tentamos
Fugir como barcos através do mar de gelo
São tantos icebergs que encontramos, mesmo quando
Não estamos lidando com a realidade
E quando sol é forte o bastante para desofuscar
E para derreter essa camada glacial
Sem nem mesmo perceber, nos deixamos afundar.

O que os olhos veem, coração sente;
Selamos em bisbilhos nosso amor
E deixamos esse frio congelar nossos corações.