terça-feira, 15 de outubro de 2019

Acalanto

Ir sem se importar
Deveria haver lugar
Eu só não aguento mais
Ninguém vai ler
Todos são iguais
Ninguém verá
Ninguém escutou
Todos os dias
Lutando por si mesmo
Todos os dias respirar
Sem tentar se enforcar
Tentar chorar, precisar chorar
Todos são sozinhos
Não desce uma lágrima
Um poema sujo
Para esfregar na alma
De nada sai pra lugar nenhum
Apenas um absurdo imenso
Não adianta recomeçar
Contando verdades
Ninguém vai compreender
Ninguém quer saber
Todos são iguais
Tentando dormir
Um cigarro, um maço
Um revolver talvez
Não seria má ideia
Não seria nem ideia
Se acontecer