terça-feira, 31 de maio de 2011

Implodir

 

O sorriso brilha como o fogo da noite
Que arde nas estrelas azuis.
Camadas glaciais revestem os cosmos.
Somos as estrelas que brilham com intensidade.

Atmosfera incerta de infinitudes.
Precisamos de uma única certeza,
A que não vem por simples coincidência.

Declividade insana que insiste em divergência,
Coincide com a imaginação,
Colidindo...

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Vergável


Sem nenhum compromisso com o monotonismo
A simplicidade radia num círculo fechado.
Quando viver torna-se alguém por significado,
Deixemos de lado todo período do Realismo.

Ágoras renovadas com mobílias,
Quadros, dvds e faixas sonoras.
Puxa-me mais uma vez o agora presente.

Uma andorinha só não faz verão,
O pior cego é o que não quer ver.
Equívocos no chão, sei resolver.
Estilhaço-os a cada passo de radicação.

sábado, 28 de maio de 2011

Non sequitur


Mergulho meus sonhos em corante,
Os crio com a cor que eu quiser.
O destino se tornou confuso,
Lapsos de divergência se abriram.

Há milhares de escadas que posso subir,
E milhares de caminhos que posso abrir.
Só quero seguir algo,
Que você possa junto.

Abri os braços para o sol,
E quando ele riu de mim,
Apenas disse:
__Não preciso da sua luz porque não vejo com os olhos, vejo com o coração. E mesmo que precise ver com os olhos, há uma luz que brilha em mim, intensa o suficiente para iluminar qualquer caminho. E é claro, não vai se apagar depois de quase exatas doze horas...

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Omitir


Angústia cai do rosto e exaspera
Todo o existir de uma quimera.
Intrínseco acústico de notas
Contínuo em G menor.

O cubismo sobrepõe a existência
Na mesma linha entre ser e primeira pessoa.
Protagonistas dançam nos bailes de amanhã
À fantasia de seus rostos cobertos de maquiagem.

Meu mundo se resume a essa pequena cidade
Que desconheço três calçadas depois de minha rua.
Tranco-me no meu quarto com meus medos
E as presentes verdades de ontem.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Como sempre...........................

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Indescritível e Inexplicável.


Não vou deixar isso fugir.
Toda "ambiufisses" insensata do coração.
E sai em movimentos circulares.
E manifesta como vontade geral do corpo.
O desejo inacabado que prossegue anestesia,
Mirabolante toda sinestesia
De embrulhar o estomago a deixar borboletas voando sem direção fixa
E escrever de olhos fechados não com medo de ler, mas porque sentir seja um verbo oculto
E explícito no infinitivo do gerúndio.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Complicação

Um momento e um desabafo
Escandalizam a sinceridade.
O mundo ficou mudo de repente
Quando o sonho virou realidade.

Sem entender o que era tudo aquilo,
Sem resposta na ponta da língua,
Afiada com açúcar.

Minha verdade, embaralhada às avessas.
A ternura do calor aquieta qualquer coisa.
Aquieta minha mente.
Aquieta minha boca.

domingo, 22 de maio de 2011

Codificação


Sinto em braile nas paredes as sensações.
Profundidade e espaço se unem
Para caminharem nas delimitações
De luz e sombra.

Há alguma coisa estranha
Que eu não sei justificar
Nem expressar em anagramas.

Eu vejo o amarelo de olhos fechados
As casas de vidro ganham cor
Eu vejo o céu e as nuvens de olhos fechados.
As casas de vidro ganharam cor.

Eu mergulho de olhos fechados
No cenário do coração
Que brilha como uma estrela
Gritando que quer viver.

Começar


Transpasse as dificuldades
Como a luz perfura diferentes
Índices de refração.

Arranque as barreiras
Que bloqueiam a luminosidade
Florescer à espreita da noite.

Paciente e paciente, suspira
À espera de um milagre
Pós coma cerebral.
A criança dorme sorrindo
Porque seus medos desaparecem
Entre os braços de quem afaga.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

O desaquecer do fogo e o reteimar da noite áspera


Em voo cego de frustações
Anacolutas ao sujeito
Impessoal refracionado
Da 1ª pessoa covalente.

Construções sintéticas,
Artificialmente projetadas
Em bifurcações sistematológicas
Reconstroem a interpretação anedota.

Ratificante ruptura fulminante
Cultiva a esclerectomia
Em capricho às imagens
Gravadas em gradação.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Fugir


A clarividência fica exposta quando
O pessimismo acredita nas leis de Murphy,
E se concretiza com várias fendas;
Desgastes internos e externos.

Segue de olhos vendados;
Sem sentido,
Sem motivo,
Sem corroboração.

Consentir perde a guia
Quando o pessimismo
Não pode mais seguir a razão.

Desamparado, desnorteado,
A Sorte se tornou cinza.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Alcantilar


Eu escrevi qualquer coisa para me ocupar dos desejos.
Selei a alegria em momentos, não deixando passar disso.
Tranco meu ser junto com a esperança.

Doença degenerativa começa a atingir quimiorreceptores.
Sonolência e esquecimento em dual constância.

Entre quarta e quinta opção...
Não sei, melhor deixar de ser.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Segregação

Separar as linhas deixando-as de modo contínuo
Estilizadas à marca-passos de valor.

As câmeras não se movem não tendo alguém para observar.
O céu clareia aos poucos uma unanimidade
Que há pouco tempo já havia sido esquecida.
O tempo engole, mas não digere palavras.

Suavizando as notas numa canção de ninar,
O frio comprou o vento.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Amorfia


As complexidades desditas nadam
Como anêmonas no mar de crianças
Brincando de cor de rosa
À beira da filosofia da mãe.

Extingue-se qualquer comunicação óbvia
Entre duas linhas entrecortadas em conflitos
De seus telefones móveis.

Terra que gira em cima do mortuário
De santos e seus crucifixos
Adorados desde a Igreja à cova.

Terra que gira em cima dos sacrifícios
Enterrados como tesouros que brotam
Como fauna e flora.

Extingue-se qualquer ligação racional
Entre duas ideias anexas que esperneiam
O choro dos valores morais.

"Anoânsia" - A palavra que não existe.

E então os sonhos puxaram de volta o garoto, porém, o garoto já havia aberto seus olhos e nenhum sonho é forte o bastante para o puxar de volta ao mundo da surrealidade. Será? Algum lugar de mim ainda diz que há a possibilidade dele continuar dormindo.

domingo, 15 de maio de 2011

Desencobrir


As páginas que mascaravam meu rosto
Começaram a cair pouco a pouco.
Deixo de esconder quem realmente sou.
Passo a ver com os olhos e não com o coração.

A luz penetrando minha córnea
Leva outro mundo ao sistema nervoso
Que interpreta as imagens como realidade.

Os neurônios em êxtase processam
Múltiplas informações novas e antigas
Encontrando nesse novo mundo
Sentidos que permaneciam trancados.

O garoto deixa a terra dos sonhos para trás,
Sabendo que nela,
Nunca os realizaria.
O garoto deixa seus sonhos para trás,
Em busca de novos.

Alternar


Enfiaram na minha cabeça
Que a vida não é bela
Quando o sol encoberto pelas nuvens
Deixa de brilhar.

Enfiaram na minha cabeça
Que o diferente, um dia
Me encontraria e me faria
Amar de novo tão intenso
Quanto uma vez amei.

Enfiaram na minha cabeça
Que o dia que esse dia chegasse,
Eu deveria cultivar e não abandonar
Crenças, descrenças e esperanças.

Enfiaram na minha cabeça
Um zilhão de coisas desnecessárias
Que eu não precisava para viver.

Em contrapartida,
Descobri por mim mesmo,
E ouvindo meus pais em um discurso direto,
A dar valor só para quem o faz.

Porque tudo que se acha demais, sobra, tudo o que sobra é resto, e tudo que é resto, vai pro lixo.

sábado, 14 de maio de 2011

Assoprar


O alastramento de zunidos
Propaga-se em ondas mecânicas
Vibrando diferentes mecanismos
Do aparelho auditivo.
Morna normalidade apática.

Um bocejo diário reflete
alguma coisa, exceto o tédio.
Não que o comum não seja bom,
Mas que o excesso dele instigue o sono.

Os erros da linguagem


E mesmo que eu perdesse
A vida escrevendo a vida;
Você não as ouviria passar,
Você não as deixaria ficar.

E não faz sentido escrever
Para alguém que te ignora
E que te trata como ninguém.

Talvez eu seja só mais um
Idiota no mundo, apaixonado,
Escrevendo bobagens artificiais.

Talvez eu seja só mais um
Idiota no mundo, sacrificado,
Que perdeu o poder de destruir.

Talvez eu seja só mais um
Idiota no mundo, desconformado,
Com o presente incerto.

Mas quero esclarecer uma última coisa:
Se essa foi sua decisão final,
Não se espelhe mais em meus escritos,
Nem os leia.
Por quê?
Porque eu sou só mais um idiota no mundo
Tentando ser feliz, e se isso é pecado,
Um beijo e um abraço.


                                                        Para: você mesma.

Decepar


A arte que brota como praga de jardim
Toma conta da mente envolta pelo estopim
E atira para todos os lados como a gota d'água que espraia
No relevo artificial cimentado.

E como mágica descontrolada de alquimista,
De fada, bruxa, ou pensamento de altista,
Concentrado em mols os pensamentos egoístas,
Despejo tudo em cima do meu ego.

Esqueço. Vejo e ouço, me lembro; esqueço.

Indecíduo


A culpa não existe nesse orfanato
Patrimonial de indecências.
Sussurros indecisos
Mostram a descompostura
Instalada no declívio
Do próprio vício de querer.

Harmonias não harmônicas
Trilham os demônios
Algemados às suas ocasiões.
Sentem vontade de sentar e brincar
De pique-esconde, correndo atrás
Do você que se trancou no armário.

Acham-te com os olhos turvos
E levantam o seu queixo.
O que escondes atrás de si mesmo?

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Hipurgia

Fecho a casca e volto os segundos
Do tempo futuro, tornado passado.
Se tudo que sai da boca machuca
A língua e o que ouve,
Melhor destruir do que guardar.

E se destruir aquilo que não criou
É impossível nas mãos do possuidor
Destruir-se junto não foge
Do conjunto solução.

Fugir e se esconder se tornam a mesma coisa
Mas não hão sentido algum de heautognose.
Prolongando a hebdômada me aparvo,
Buscando o dicionário me assusto com a coincidência
De verossimilhança entre as palavras e os acontecimentos.

Me distraio mais uma vez na música e nas palavras
Fingindo o fingimento de fingir, maldito pleonasmo que o dane.
Me distraio para não vomitar a culpa.
Quero me encontrar no esquecimento.

Impingir


Instiguei meu mundo destruído
Pelo seu fracasso de se auto-concertar.
Engoli o cinza, cor da indiferença manchada.

Caminho perante o mundo
Soletrando as ruas monótonas
Nunca vistas pelos mesmos olhos.

Consinto sem aceitar
A falta dos últimos segundos
Que estão vindo.

O silêncio bateu mais uma vez na porta.
Pedindo para que não o deixe entrar.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Passar

Renovei minha alternativa realidade
E ignorei os problemas existentes.
Congelei todas enchentes
Em buques de estrelas

Brilhe e ache um novo significado
Que não está no céu, ou em sonhos.
Brilhe, coração, apenas brilhe.

Você não precisa se prender à si
Você só precisa brilhar
E o brilho por si próprio
Vai encontrar um significado
Para você viver.

Arrispidar-se

Entre uma ocasião e uma certeza
Melhor destruir toda a pureza
Para não sobrar resto indigesto
Pulsando o sangue ao cérebro.

E dizer "foda-se"
Milhões de vezes como meu pai disse
Sempre que se cansava das minhas teimosias.

Eu estanquei uma faca, no meu próprio ferimento
Para sangrar mais e sentir menos,
O coração pulsar, devido a fraqueza.

E eu deixei a faca alí, para não ficar exposto.
E como resposta, o ódio pisou em mim, e me esmagou.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Flectir


Alguma peça fora do lugar fugiu da amostragem
Diária que calcula a homeostase radicalista
Que desregulou-se sem coadjuvante
Passando por cima da maquiagem.

Lancei-me como moeda de probabilidades determinadas
De "sims" e "nãos" fora da temporada de atirar-se
Em poços da sorte pequenas valorizações de virar-se
Qualquer pedido egoísta às realidades coadunadas.

Fingi saber arcar a consequência hipócrita,
Regurgitei da ânsia o próprio anseio,
Me desmedi sem métrica no rodeio.

Matei como o "indesejo" do bordel,
O ódio fecundado que crescia.
Pisei por cima da decisão que remanescia.

domingo, 8 de maio de 2011

Arrogância


Eu não preciso esconder nada
Que eu não queira revelar,
Nem deixar de escrever por uma
Futilidade idiota ou uma promessa interna.

Eu não preciso olhar pra frente
Para saber onde estou pisando.
Eu concretizei aquela mudança
Que não queria se tornar.

Eu não preciso de ninguém
Muito menos de mim mesmo
Eu não preciso do perdão
Muito menos de você.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Como o entrelaçar dos nós
Nos complicamos
Até desatar tudo.

Descaracterizar

Eu esqueci
De esquecer
O esquecimento,
E lembrei
Do esquecido
Lembrar.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Aquietar

Me encontrei no copo vazio de água
Me esparramei como a água da chuva
Como a água que vai para o ralo;
Todas as verdades que acabaram com meu ser.
Apaguei-me.
E então minha paciência explodiu meu ser, em fragmentos.

terça-feira, 3 de maio de 2011


Incrível o motivo abstrato pelo qual quer sair alguma coisa
Não sei nem mesmo explicar se isso é empolgação ou não.
Deixei mais uma vez os instintos tomarem conta do ritmo
De meus dedos, erguido pela própria música.

Sem sentido como minha mente paradoxal,
Deixo de escutar as inconsistências.
Eu só quero ouvir a música, e nada mais
Surrealista o insuficiente.

Eu não quero mais desculpas
Inventadas para me aproximar de mais nada.
Reinventar a metalinguagem.

Não ter que seguir nem me perseguir
Para saber que
Não preciso saber
Porque não importa saber quem sou.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Rotular

Maniqueísta seja a regularidade anômica
Que sai da boca e pelos ouvidos
Pretensão persuasiva que perfura
A própria saliva

Voltando aos princípios antes ditos,
Não precisam ser lembrados
Uma vez erradicados.

Muito menos continuar
A escrever sem sentido nenhum.

Isolar; Abstinência


Anjos perdem suas asas,
Onde cada um num canto qual;
Se faz, refaz, qualquer ambiguidade
Abstrata a um mundo simplório-ilusório-ideológico.

Criar não faz do criador máquina de produção;
Inconsistência livre arranca da mão
A técnica, qualquer que seja, representativa.

Facultativa é a livre indecisão resultante.
Não que este mundo seja inconsciente,
Jamais o disse de modo inferente
O suficiente para transformar.

Absorção é diferente de obediência
Ou qualquer outro tipo de coerência;
Absorver é tomar para si e espraiar
Para todas artérias vulgares
Até a língua expelir e mudar
O mundo e o ser ou não ser
De "Eis a questão".



Foto por: Mayumi Winterheart

domingo, 1 de maio de 2011

Qualquer que seja o futuro, ele não importa para Caronte.



Já entendi seu último recado anônimo
É que o inconsciente esconde o que não quer saber.
Ele não mostra o que queremos saber.

Desimportante será?
O suficiente para garantir uma história anônima
De sonhos de um céu avermelhado
Pelo por do sol estagnado.

Revirei cinzas dentro dos caixões
Das mentes das pessoas que me enterraram
Até achar a última fotografia queimada
E não reconhecer mais quem fui.

As longes luzes dos aviões me avisam:
A noite veio para me manter acordado
E fazer-me perceber que sempre há alguém do outro lado
Passando pela mesma (ou parecida) situação que você.

Zarpar


E então quando o mundo se acaba por uma realidade,
Não há qualquer beldade, resistibilidade, reciprocidade
Digna de reerguer o cenário destruído, expelido.

E por mais uma vez tornar-se-á o que não era para ser,
Significante mortuário do prazer.
Fútil assistir ao amor viver e assisti-lo para morrer.

Obcequei-me pela voracidade relutante
A única que não se quebra, como diamante.
Dormir como pedra, e não acordar como homem.

Cristalizando-se percebo as mudanças
Difícil de enxergar e entender como se fosse criança,
E aceito como pivete obediente;

Aceito minha inconsistência:
Abaixo, faço reverências;
Acima, crio audiências.

Meu grito espanta os corvos e atrai os imbecis.
Como um qualquer produto perecível,
Passei da validade.