domingo, 22 de março de 2015

Jura/ment/e/ação

O vazio transborda
Por aqui uma xícara
De maré mas não
Me leve a mal
Eu sei remar contra o café

Cheio de sono por estar
Cheio de mim por quem
E antes um vazio cheio
Do que infinito por ninguém.

sexta-feira, 13 de março de 2015

Mas vive

Não sabe se óleo ou se mistura
Se rocha ou se pedra
Se infinito ou se limita
Se deriva ou se integra


Não sabe se ponte ou muro
Se cruza ou se atravessa
Se crítica ou se drama

Apenas não sabe
Se receita ou se remedia
Se aguarda ou se respeita
Se destina ou se dispõe

Escarnecer (parte IX)

Você sabe
Teu problema
É se iludir e aquilo
Caiu-lhe tão bem como
A camiseta que você mais
Veste e de fato parecia muito e
Parecia mesmo que aquilo tudo
Era pra ninguém menos
Que tua vida distorcida
Mas você gosta
De se fingir
Culpado
Do que
Não
É.

O sopro de vento

De madrugada na porta
Batia me convidando
O sono a dançar

À Nárnia levava
Segundos vagantes
Em trens viajantes
Um banjo a tocar

Imensos rios
De derretida neve 
As flores brotavam
Primavera à chegar

Montou sua trilha
Uma grande aventura
Além das montanhas
Já vai começar

terça-feira, 3 de março de 2015

Maresia

Era mais uma obrigação
Do que o próprio conforto
Arrefeceu-se como o chá
Deitado na prateleira

Arrefeceram-se
A ressaca do mar
O retorno de um salto quântico
Uma estrela cadente
A teoria dos seis graus de separação

Como qualquer coisa que ali está
Fisicamente propriamente dito
Entre os não dizeres metodológicos não materiais
Hastes fixas projetando o mundo sobre mapas temáticos

"Não há de quê"
Tornava-se pormenorizadamente
Uma frase ridícula
Diante do imenso desconhecimento
Às suas navegações marítimas.