sexta-feira, 25 de abril de 2014

Sem a vírgula, por favor.


Fui livre de todas as preocupações,
Mas era só esboço nos teus olhos
Que a liberdade fugiu dos planos
Em busca de outras dimensões
geo(métricas).

domingo, 13 de abril de 2014

Passou da hora


Todos diziam que já era hora.
Todos diziam que passou da hora.
Todos diziam que já era hora.
Foi-se a hora.
Não há tempo.

Nos deram espelhos, e vimos um mundo doente.
Você só quis evitar seu medo
Trocando seis por meia dúzia.

sábado, 12 de abril de 2014

Senti(mento)


Fica travado pra descer
Tudo aquilo que não sobe.
Não é novidade pra ninguém,
Mesmo.

Todo mundo varre e banha o coração.
Eu nem quero passar o pano.
Nada limpa, tudo suja.
É que pra existir romance,
Alguém no mundo
Precisava ser vilão.

A mudança


Minha casa não fica no meio da cidade,
Não fica entre postes, esquinas e bosques.
Minha casa é decimal, não para quieta.
Tem bagunça sem visita,
Tem portas, janelas, poucas entradas e muitas saídas,
Mas é bem iluminada.

Minha casa é assim quadrada
Reflete o simplismo de um mecanicismo
De pouco espaço pra memórias bem conservadas.

Minha casa não tem vizinhos,
Nem visitas, nem amigos,
Nem pombos ou passarinhos.

Hoje a luz está queimada,
E ela não será trocada:
Não se vende esperanças.

Quem sabe até a malha urbana
Não avança engolindo desculpas.

Coitada da casa,
Dei-lhe o nome de saudade.