sábado, 12 de abril de 2014

A mudança


Minha casa não fica no meio da cidade,
Não fica entre postes, esquinas e bosques.
Minha casa é decimal, não para quieta.
Tem bagunça sem visita,
Tem portas, janelas, poucas entradas e muitas saídas,
Mas é bem iluminada.

Minha casa é assim quadrada
Reflete o simplismo de um mecanicismo
De pouco espaço pra memórias bem conservadas.

Minha casa não tem vizinhos,
Nem visitas, nem amigos,
Nem pombos ou passarinhos.

Hoje a luz está queimada,
E ela não será trocada:
Não se vende esperanças.

Quem sabe até a malha urbana
Não avança engolindo desculpas.

Coitada da casa,
Dei-lhe o nome de saudade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário