Ir sem se importar
Deveria haver lugar
Eu só não aguento mais
Ninguém vai ler
Todos são iguais
Ninguém verá
Ninguém escutou
Todos os dias
Lutando por si mesmo
Todos os dias respirar
Sem tentar se enforcar
Tentar chorar, precisar chorar
Todos são sozinhos
Não desce uma lágrima
Um poema sujo
Para esfregar na alma
De nada sai pra lugar nenhum
Apenas um absurdo imenso
Não adianta recomeçar
Contando verdades
Ninguém vai compreender
Ninguém quer saber
Todos são iguais
Tentando dormir
Um cigarro, um maço
Um revolver talvez
Não seria má ideia
Não seria nem ideia
Se acontecer
terça-feira, 15 de outubro de 2019
quarta-feira, 27 de março de 2019
Linha de sucessão
A semente de feijão,
Que brotara no algodão,
Procurara se ancorar
Onde a luz há de dançar.
Ora tanque de guerra
Atravessando um rio,
Ora trazendo miséria,
Revolvendo-se em arrepio.
Turbulência a fere e dura
Numa trágica ternura,
Morna, trabalhada e crua.
Sem direito de recusa,
É necessária firmeza.
Não importando qual dureza
Só não deixe ser confusa.
Forjar-se-á nova escolha
Se desejas prosseguir,
Talvez tenha que voltar
Ou até mesmo rescindir.
É preciso cautela, estômago pra digerir,
Não há de ser nenhum jardim
Cemitérios ou afins.
Se voar é só descer,
Se nadar é só dar pé.
É preciso aportar,
Fugir de correntes e marés.
O sol torna a convidar
O ego inflando o nariz.
Bases não seguram mais
Tamanho caule e raiz.
Aprendeu a se armar,
A matar e defender.
Procurando se espichar,
Não entendeu o que é crescer.
Qual terreno oferecer
É lá que vou residir
Mesmo que haja de mudar
Itinerante eu vivi.
E hei de me contentar
Se baldio ou já ocupado.
Importante é que haja espaço
Que caiba este coração vago.
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019
Fora de órbita
Largos passos, diria
Aqueles que demos de mãos dadas
Mais largos ainda,
Os que nossos corpos se abraçavam
Eu não sei a que ponto estamos.
Há sequer inercia capaz de parar nosso movimento?
E subitamente nos destruímos
Como dois asteroides acelerados que perderam a órbita
Se chocando no meio do espaço
Os pedaços cada vez mais afastados
Chegariam inteiros em outros planetas,
Ou se espalhariam como cinzas?
Aqueles que demos de mãos dadas
Mais largos ainda,
Os que nossos corpos se abraçavam
Eu não sei a que ponto estamos.
Há sequer inercia capaz de parar nosso movimento?
E subitamente nos destruímos
Como dois asteroides acelerados que perderam a órbita
Se chocando no meio do espaço
Os pedaços cada vez mais afastados
Chegariam inteiros em outros planetas,
Ou se espalhariam como cinzas?
A resposta
Não tomo erros que não me pertencem
Jogue fora todos os presentes
Mas meu sorriso tu não toma
Quando o presente se estorna
Por favor, você diz?!
Largue mão de ser atriz
Essa novela cansei de assistir
Não me faça repetir
Se foi frio, ou se foi quente
Ninguém afirma o aparente
Senão aquele quem sente
E na ausência não lhe afirmo,
Pois o nada não preenche.
Esquecer ou lembrar,
Seguir ou sofrer,
Você escolhe o seu querer
Quem seria eu pra te dizer
Que existe certo ou errado
Em relacionamentos mal acabados?
E mesmo assim carrego pra mim
Não se ofenda, pois,
Se precisa forçar, é porque não cabem dois.
Jogue fora todos os presentes
Mas meu sorriso tu não toma
Quando o presente se estorna
Por favor, você diz?!
Largue mão de ser atriz
Essa novela cansei de assistir
Não me faça repetir
Se foi frio, ou se foi quente
Ninguém afirma o aparente
Senão aquele quem sente
E na ausência não lhe afirmo,
Pois o nada não preenche.
Esquecer ou lembrar,
Seguir ou sofrer,
Você escolhe o seu querer
Quem seria eu pra te dizer
Que existe certo ou errado
Em relacionamentos mal acabados?
E mesmo assim carrego pra mim
Não se ofenda, pois,
Se precisa forçar, é porque não cabem dois.
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019
Paisagem
Apaguei dentro de um trem
Do qual destino não sei
Congelado em alguma paisagem
De brumas que não vi além.
Gotas escorriam na janela.
Lágrimas de um ninguém.
A alma quase podia as tocar,
Mas os lábios viravam as páginas.
Lentamente recitavam
Suas ultimas palavras.
Quando caia a noite,
No chão já me encontrava
A passagem rasgada,
Os bancos abandonados,
E o trem não parava.
Contra a parede me jogava,
Chorava e apagava.
Nada acanhava mais
Que a paz amaldiçoada.
Em quantas horas percorremos
Trilhas de sonhos que tememos?
E quantos dias são necessários
Para reaver o que perdemos?
A que momento, pergunto,
Nos afastamos de nós mesmos?
Do qual destino não sei
Congelado em alguma paisagem
De brumas que não vi além.
Gotas escorriam na janela.
Lágrimas de um ninguém.
A alma quase podia as tocar,
Mas os lábios viravam as páginas.
Lentamente recitavam
Suas ultimas palavras.
Quando caia a noite,
No chão já me encontrava
A passagem rasgada,
Os bancos abandonados,
E o trem não parava.
Contra a parede me jogava,
Chorava e apagava.
Nada acanhava mais
Que a paz amaldiçoada.
Em quantas horas percorremos
Trilhas de sonhos que tememos?
E quantos dias são necessários
Para reaver o que perdemos?
A que momento, pergunto,
Nos afastamos de nós mesmos?
terça-feira, 25 de dezembro de 2018
Dois mundos despencam
A chuva transita em partes
Expostas ao momento.
Milhares de inquietações mornas
Sopravam sentimentos.
A ansiedade destrancava o peito.
O caos prestava contas,
Mas não tinha ninguém da contabilidade,
Com todos presos em recesso
Quem prestaria manutenção?
domingo, 25 de junho de 2017
Jogos de azar
Nos acessos mais baixos
A lógica do ego escandaliza
E cada lance de escadas
É o âmago mais profundo
Grande merda, penso
O tempo dependendo do acaso
Enquanto o diabo distribui as cartas
Sorríamos mesmo assim
Assistidos de expectativas fuleiras
Dentro do blefe que nos convencemos
O cigarro que eu não fumava
Ali me fazia dependente
Meus olhos vidravam no vício
Da constante procura por um útero
Ao qual pudesse pedir por conforto
Não pagávamos de leigos
Mas não eramos nenhuma dupla formidável
E acabamos pondo em jogo
Todo o contexto
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