quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Medusa


Onde eu estou? Não sei quais são as horas certas.
Ponteiros pararam mas minha consciência continua contando segundos,
Sufocando no presente que soa impreciso como substantivo abstrato.
Poderia ser concreto? Ninguém pode ouvir um som inexistente.

As paredes guardam meus maiores segredos prestes a desmoronarem.
Estagno minha língua por um momento.
Procuro palavras que duvido conseguir encontrar;
Que possam curar esta realidade inconstante e meu silêncio.
Devo começar a lamentar?
Não sei se realmente deveria abandonar meus ideais por mero egoísmo.

Saídas se esgotam. Os ponteiros movem-se.
Está acontecendo novamente aquilo que temi.
Não consigo acordar, nem permanecer sonhando.
Estou preso aqui, grades invisíveis submetem-me corpo e mente.
Não posso suportar viver nesse pesadelo
Onde encontro-me comigo mesmo.

Perdido entre passado e futuro,
Não posso voltar a acreditar que isso é real.
Enlouquecer não assusta a mim
Quando a própria racionalidade faz tornar-se verossímil.
Prendo minha respiração, fecho os olhos e apenas esqueço que estou vivo.
Não sou autor de meus desejos utópicos.
Sou apenas a consequência de uma inocência perdida.


                                   Por: Mayumi Winterheart & Allen Evans

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