domingo, 24 de abril de 2011

340 m/s


Sua existência é barulheira.
Sua existência é barulheira.
Sim, estou falando com você.
Sim, falo com você mesmo.

Sua existência é barulheira.
Sua existência é barulheira.
Você não muda, e nem eu.
Você não muda, e eu não mudo.

Sua existência é barulheira.
Sua existência é barulheira.
Segunda pessoa imaginária que chamo de Tu.
Sua existência é passageira.

Procuro respostas em mim,
Procuro respostas em você.
Sua existência é indiferente.
Procuro respostas no que chamo de Eu.
Procuro durante minha vida inteira
O meu reflexo de olhos fechados.

A 340 m/s ele chega, pelo menos deveria.
O atraso temporário, o atraso temporário.
Isso me soa como uma anomalia, uma anomalia.
Isso me soa como um novo som, um novo som.

Isso me soa como um novo dia, um novo dia.
Isso me soa como um outro dia, um outro dia.
Isso me soa, tão idiota quanto minha determinação.
Isso me soa, tão idiota quanto minha sensação.
Isso me soa, tão idiota quanto esse poema.

Esse poema sem sentido não me completa, nem você.
Esse poema sem sentido não me completa, como você,
Segunda pessoa do singular, não imaginária.
Isso me soa como um antigo dom, o de esquecer.

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